O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, irá cumprir o restante da pena em prisão domiciliar. Avanini deixou a carceragem da Polícia Federal, acompanhado do advogado, Marlon Arns, onde participou de audiência com o juiz federal Sérgio Moro para homologar o acordo de delação premiada. Ele cumprirá prisão domiciliar – sob monitoramento, usando uma tornozeleira eletrônica – e terá de pagar multa de R$ 2,5 milhão.

Depois da audiência, na Justiça Federal, Avancini irá direto para o aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. De lá, o destino é a casa, em São Paulo, ainda nesta segunda-feira. Em seus depoimentos, Avancini falou sobre a existência de esquema de corrupção no setor elétrico.

Avancini disse aos investigadores que a empresa pagou cerca de R$ 100 milhões em propina para obter contratos de obras na usina de Belo Monte. O valor, de acordo com o empresário, foi dividido entre PT e PMDB. Cada um dos partidos ficou com 1% do valor dos contratos.

A informação, segundo fontes ligadas à negociação da empreiteira com o Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba, foi fundamental para fechar a delação premiada de Avancini. O executivo contou detalhes do esquema que funcionava em Belo Monte, e, só a partir daí, os procuradores aceitaram fazer acordo. Ele falou também sobre as irregularidades em Angra III.

Já Leite declarou à força-tarefa da Operação Lava-Jato que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu em 2010, R$ 10 milhões a título de propina devida à diretoria de Serviços, controlada na época pelo ex-diretor Renato Duque. Em nota, a empresa negou as irregularidades.

Avancini está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde novembro do ano passado, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato.