SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os nigerianos, que compareceram em massa à eleição de sábado (28) esperavam nesta segunda-feira (30) a divulgação dos resultados de uma eleição presidencial bastante disputada.
Os primeiros resultados ainda não permitem saber se o vencedor será o atual presidente, Goodluck Jonathan, ou seu rival, Muhamadu Buhari.
Segundo os resultados preliminares em 8 dos 36 Estados da Nigéria e da capital federal, Buhari ganhou em 5 Estados, e Jonathan, nos 3 restantes, bem como na capital federal.
Os dados são da Comissão Eleitoral Independente (Inec).
O presidente tem uma ligeira vantagem em número de votos (menos de 20.000).
Washington e Londres mencionaram preocupação com a possibilidade de “interferência política” na contagem.
Na Suíça, o secretário de Estado americano, John Kerry, e seu homólogo britânico, Philip Hammond, declararam que, embora não haja evidências de “manipulação sistemática do processo de eleição” na Nigéria, há “indícios preocupantes de que o processo de contagem dos votos foi objeto de interferência política deliberada”.
Esses temores são “infundados” e “não há evidência de interferência política”, respondeu rapidamente o Inec.
Não há “nenhuma indicação [de interferência] na sede [do Inec], mas a nível regional”, observou a vice-secretária de Estado dos EUA para a África, Linda Thomas-Greenfield.
Contra o risco de violência pós-eleitoral, a União Africana (UA) apelou, em comunicado, para que se busquem os “meios legais existentes quando houver contestação de resultados”
Na eleição presidencial mais disputada desde o fim das ditaduras presidenciais, em 1999, enfrentaram-se o presidente Goodluck Jonathan, 57, e Muhamadu Buhari, 72, candidato do Congresso Progressista.
Cerca de 69 milhões dos 173 milhões de habitantes votaram para eleger, além do presidente, 109 senadores e 360 deputados do país mais populoso da África e maior produtor de petróleo do continente.
Pela primeira vez, os eleitores foram identificados com leitores de digitais, para evitar fraudes.