Os servidores municipais da saúde decidiram, em assembleia realizada na tarde de ontem, manter a paralisação por tempo indeterminado. De acordo com a coordenadora de Comunicação do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), Andriana Claudia Kalckamnn, a greve foi mantida porque a proposta apresentada pela prefeitura, em reunião com a diretoria do Sindicato no começo da tarde de ontem não apresentou nenhum avanço. “Eles queriam mais uma vez prorrogar os pagamentos”, declarou.
Por conta da greve dos servidores da saúde o atendimento nos postos de saúde de Curitiba ficou comprometido. A paralisação começou à 0 hora de ontem. Com a greve, 109 unidades básicas de atendimento e oito de pronto-atendimento 24 horas ficaram com os serviços prejudicados. Apenas os atendimentos de urgência e emergência eram assegurados, mantendo-se os 20% mínimos nas unidades 24 horas e as básicas devem ficar fechadas durante o período de paralisação.

O efetivo total de funcionários é de 7,2 mil servidores, cerca de 3 mil aderiram à paralisação. Entre os trabalhadores que aderiram à greve estão médicos, dentistas, enfermeiros, técnicos administrativos, farmacêuticos, entre outros.
Desconto — A Prefeitura de Curitiba anunciou que irá descontar os dias não trabalhados dos salários dos servidores da Saúde que aderiram à greve da categoria. A medida será tomada a partir da decisão da categoria de manter a paralisação, mesmo diante das propostas apresentadas ontem.
A administração municipal propôs antecipar para o dia 10 de abril o pagamento do retroativo dos novos pisos salariais, que, em reunião na semana passada, a Prefeitura havia se comprometido a pagar até o dia 17.
Além disso, a Prefeitura voltou a propor a participação de representantes da categoria em comissões que vão definir a parte ainda não concluída do novo modelo de gratificações para os servidores da Saúde, e na força-tarefa que desde a semana passada trabalha na revisão de contracheques que possam ter apresentado diferenças indevidas no mês de março. O pedido para que o sindicato indique representantes para esses grupos já havia sido apresentado na semana passada.
O secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda, reiterou o apelo aos servidores para sejam sensíveis às necessidades da população e cumpram o acordo de garantir no mínimo 20% da força de trabalho em todas as unidades básicas de saúde e 12 profissionais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).