SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e tornou réus nesta segunda-feira (30) o empresário Luiz Abi Antoun, que se apresenta como primo do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e outras seis pessoas.
Eles são acusados de formação de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude a licitação. Segundo a denúncia, Abi Antoun lidera um grupo que desviou recursos públicos ao obter ilegalmente contratos para a manutenção de carros oficiais do Estado, do início de 2013 até este mês.
Após serem comunicados sobre a decisão do juiz, os réus terão dez dias para apresentar suas defesas.
O Ministério Público afirma que eles constituíram uma empresa, chamada Providence, especialmente para prestar o serviço de manutenção dos veículos oficiais. Ela estaria registrada em nome de um “testa de ferro”, mas, de acordo com a investigação, pertenceria a Abi Antoun e outro sócio.
Inicialmente, a Providence foi contratada de forma emergencial, com dispensa de licitação. Depois do prazo de vigência desse acordo, uma outra empresa venceu a concorrência do governo para a manutenção dos veículos.
O grupo teria então feito um acordo para que a Providence fosse subcontratada, permitindo, segundo a denúncia, “a permanência do sistema de enriquecimento ilícito”.
O empresário foi preso no último dia 16, quando o Gaeco deflagrou a Operação Voldemort, e solto uma semana depois, quando a Justiça lhe concedeu um habeas corpus.
Durante o período de sua detenção, ele não ficou em uma penitenciária. O juiz da Vara de Execuções Penais de Londrina determinou que ele fosse transferido para um quartel do Corpo de Bombeiros, porque o parentesco com o governador poderia colocar sua segurança em risco num estabelecimento prisional.
O empresário é conhecido na região por se apresentar como primo de Richa e usaria a proximidade com o tucano para demonstrar influência política.
O governo do Paraná diz que a bisavó do tucano era irmã da avó de Abi Antoun e que, de acordo com o Código Civil, isso não configura parentesco.
A reportagem não localizou o empresário nem seus advogados.