SOFIA FERNANDES E GABRIELA GUERREIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após o Tesouro Nacional ter divulgado o deficit histórico de R$ 7,4 bilhões nas contas do governo em fevereiro, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) justificou que o governo optou por não postergar gastos para melhorar artificialmente as estatísticas do mês, expediente muito usado pela gestão econômica anterior, segundo Levy, e que é chamado informalmente de “pedalada”.
“Em parte, fizemos alguns pagamentos que, por conveniência, poderíamos ter jogado para março. Achamos importante dar tempestividade aos pagamentos, mesmo que tenhamos cifras menos favoráveis”, disse o ministro, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
“Nós preferimos não postergar, por efeito estatístico, despesas, custeio e investimentos pois do lado de lá há fornecedores, pessoas que também necessitam desse dinheiro. É importante para manter a economia funcionando”, completou.
Segundo Levy, outros fatores pesaram negativamente para o fraco desempenho das contas de fevereiro, como os restos a pagar do ano passado e o feriado do carnaval, que encurtou o mês.
O ministro afirmou que o desafio fiscal e de crescimento das receitas “é real”, e que é preciso trabalhar muito e ficar atento o ano inteiro para o cumprimento da meta fiscal de poupar R$ 66,3 bilhões até o fim do ano, o equivalente a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto).
“Vamos ter que trabalhar forte, certamente, para ter superavits robustos, para chegar à meta.”
Ele voltou a defender que os senadores sejam rápidos na aprovação dos ajustes e disse contar com o apoio de todos.
“Quanto mais tempo o governo demora para aprovar as medidas, evidentemente maior o desafio para cumprimento da meta de superavit”, finaliza.