SÃO PAULO, SP – Um grupo de 93 imigrantes, resgatados nas últimas horas pela Guarda Costeira da Itália, chegou neste sábado (18) ao porto de Palermo, na Sicília, no sul do país, enquanto outras 400 pessoas continuam desaparecidas no mar Mediterrâneo. São 71 homens, 19 mulheres, uma delas grávida, e três crianças, segundo a imprensa local. Quase 11 mil imigrantes chegaram à costa italiana nos últimos dias, conforme números da Guarda Costeira. A Guarda Costeira e a Marinha Militar seguem trabalhando em diversas operações no Mediterrâneo, uma delas com o objetivo de encontrar os desaparecidos de um barco que afundou a 80 milhas do litoral da Líbia. Sobreviventes do naufrágio relataram na terça-feira (14) à organização Save the Children que 400 pessoas estavam na embarcação, da qual não se têm notícias desde então. Confirmadas as mortes, o número superaria as 366 vítimas do acidente com um barco no litoral da ilha de Lampedusa, ocorrido no dia 3 de outubro de 2014. O acidente fez com que o governo italiano colocasse em funcionamento a operação “Mare Nostrum”. Em um ano, 100.250 pessoas foram resgatadas e 728 traficantes presos pelas autoridades do país, conforme dados do Ministério do Interior. A ação foi substituída em novembro pela “Tritón”, um programa comunitário que patrulha as fronteiras mediterrâneas, mas que conta com menos recursos econômicos do que a anterior. PAPA FRANCISCO E MATTARELLA O papa Francisco expressou neste sábado sua gratidão pelo esforço que a Itália está realizando ao socorrer e abrigar os refugiados que atravessam o mar Mediterrâneo, pedindo à comunidade internacional “um envolvimento mais amplo” para resolver o problema da imigração ilegal. As declarações do pontífice foram dadas após uma audiência de 20 minutos com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Vaticano. “É evidente que as proporções do fenômeno requerem um envolvimento mais amplo. Não devemos nos cansar de solicitar um empenho maior em nível europeu e internacional”, afirmou. Uma opinião compartilhada por Mattarella, que ressaltou que “trabalha com generosidade para enfrentar a emergência da chegada de refugiados e pede há muito tempo uma intervenção firme da Europa para conter essa contínua perda de vidas humanas no Mediterrâneo”.