O número de transplantes de órgãos feitos no primeiro trimestre de 2015 é o maior registrado desde a criação da Central Estadual de Transplantes, em 1995. Foram 116 procedimentos, mais que os 105 de 2013, até então o maior índice obtido. Em comparação com o mesmo período de 2011, o aumento foi de 137%. O maior destaque é para rim, com 79 transplantes realizados, seguido por 28 de fígado, 5 de coração e 4 de pâncreas.  As estatísticas mostram que ocorrem pelo menos um transplante por dia no Estado. 

De acordo com a diretora do Sistema Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, o aumento se deve à melhoria na captação e transporte dos órgãos, às constantes capacitações dos profissionais de saúde e ao trabalho desenvolvido pelas Comissões de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes. As equipes estão descentralizadas e organizam a logística da procura de doadores na sua região de abrangência, afirma a diretora.

As comissões atuam na busca ativa de potenciais doadores, trabalhando sempre em parceria com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante.

De acordo com a diretora, as famílias estão mais seguras para autorizar a doação. Os integrantes das comissões explicam que o transplante é um processo transparente, gerenciado por órgão estadual, com critérios técnicos e subordinado ao Sistema Nacional de Transplante, destacou Arlene.

Irene Coelho de Souza fez o transplante de coração em 21 de março deste ano. Ela entrou na fila de transplantes em 2014, por conta de uma insuficiência cardíaca que se agravou. É muito difícil quando você descobre que precisa de um transplante. Mas eu sabia que era necessário e acreditei que ia dar certo. Hoje estou aqui, há 20 dias e me recuperando muito bem, disse Irene.

saDurante a operação, os médicos constaram que as válvulas cardíacas da paciente ainda poderiam ser usadas para outro transplante. Foi uma surpresa, fiquei muito feliz em conseguir ajudar outras pessoas.

FALE SOBRE ISSO – As campanhas feitas pela Central Estadual de Transplantes também ajudam a ampliar os procedimentos. Em setembro de 2014, a Secretaria da Saúde lançou a campanha Fale Sobre Isso.

Como a doação só ocorre com a autorização dos familiares mais próximos, é essencial que a vontade de se tornar doador de órgãos seja discutida em casa. Somente os parentes poderão autorizar a doação quando ocorrer a morte. Por isso o mote da campanha é Doação de Órgãos – Fale sobre Isso, explicou Arlene.

A mobilização envolve empresas e instituições parceiras de diversas regiões do Paraná. As ações vão desde inserção da logo da campanha em rótulos de produtos comerciais de grande alcance e visualização até a divulgação em sites e palestras com os funcionários para ampliar a discussão.

O aumento no número de doações mostra que o assunto tem sido mais discutido e que as pessoas estão conscientes da importância de se tornarem doadores de órgãos.