DIMMI AMORA BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Líderes de caminhoneiros autônomos informaram que fizeram nesta quinta-feira 102 pontos de manifestações, alguns deles com fechamento de pistas, ao longo do dia em pelo menos seis estados (entre eles o Paraná).

Segundo eles, a partir desta sexta-feira haverá novas adesões ao movimento que reivindica que o governo faça uma tabela de frete mínimo para a categoria. Até a última quarta-feira a categoria vinha negociando com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, a criação dessa tabela. Mas, após uma reunião na quarta-feira, o ministro informou que o governo faria apenas uma tabela referencial o que levou parte dos líderes dos caminhoneiros a iniciar um novo movimento de protesto.

Em março, parte da categoria já havia feito greve para que o governo sancionasse mudanças na Lei dos Caminhoneiros. A greve da época tinha o apoio de grandes empresas já que os pontos da lei que foram sancionados, como aumento da jornada de trabalho dos caminhoneiros e isenção de pagamento de pedágio, beneficiavam as companhias. Mas as grandes empresas se posicionaram contra a tabela de frete, uma reivindicação dos caminhoneiros autônomos, que são em geral donos de apenas um caminhão e recebem valores de frete muito baixos para transportar as cargas de grandes companhias.

Em entrevista pela manhã, Rossetto minimizou o movimento afirmando que ele era pequeno. Segundo o ministro, o governo respeitaria o direito de manifestação dos trabalhadores mas usaria a força policial para impedir qualquer fechamento de rodovia para garantir o direito ao abastecimento dos cidadãos. O ministro informou que houve até a manhã apenas 14 pontos de manifestação, sem interdição de pista. Até as 19h, a Polícia Rodoviária Federal não havia divulgado o número de pontos de interdição à tarde.

Carlos Roesel, que representou caminhoneiros autônomos em comissões formadas pelo governo após a greve e e dirige o sindicato dos Cegonheiros de Minas Gerais (caminhões que transportam carros), afirmou que a sua categoria não faria parte do movimento grevista. Segundo ele, o governo se esforçou para atender ao máximo de reivindicações dos caminhoneiros desde a greve e a tabela de frete referencial poderá ser usada pela categoria. Outra parte dos caminhoneiros, contudo, continua contra a posição do governo sobre a tabela referencial.

Diego Mendes, que representou caminhoneiros autônomos na região Norte e Nordeste, afirmou que, no Ceará, a BR-116 foi fechada por 250 caminhões na tarde de quinta-feira e que o movimento vai também fazer fechamento de vias no Rio Grande do Norte e Paraíba a partir de amanhã. Segundo ele, o governo não cumpriu com o combinado e mais uma vez favoreceu as empresas embarcadoras, donas das cargas, ao não dar a tabela de frete mínimo. “Fizemos 102 pontos de protesto hoje pelo balanço do movimento, atingindo seis estados. Amanhã haverá mais adesões”, afirmou Mendes.