A onça pintada Angelina, que faz parte do acervo do Zoológico de Curitiba, passou nesta sexta-feira (24) por uma série de exames para verificar a necessidade de cirurgia para corrigir sequelas de uma fratura no calcanhar direito. Foi a primeira vez que um animal selvagem foi submetido a uma tomografia computadorizada em Curitiba.

Angelina é uma Panthera Onca da subespécie amazônica que nasceu no Zôo há cinco anos e tem 50 quilos. Ela fraturou o calcanhar brincando no próprio recinto onde vive, que não é acessível a visitantes.

Se for um caso cirúrgico, a tomografia é fundamental para orientar a confecção de próteses ou pinos, explica Eros Luis de Souza, cirurgião veterinário e diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

A operação de remoção e exames no animal envolveu uma equipe de cinco veterinários, da Prefeitura de Curitiba e do Centro Veterinário de Imagens, clínica que realizou o exame gratuitamente. Depois de ser sedada, a onça passou por exame clínico geral, exame dentes e boca, exame e limpeza da pata machucada, coleta de sangue para a realização de exames hematológicos e bioquímicos, avaliação neurológica e ortopédica.

O veterinário Manoel Javouroski conta que a onça possui um pequeno distúrbio neurológico, tem personalidade nervosa e por isso não fica exposta à visitação. Ela é filha do casal Apolo e Angélica, felinos mais antigos do Zôo, que conta hoje com quatro animais da mesma espécie em exposição.

A principal função do Zôo curitibano não é expor os animais. Trata-se de um local de conservação animal e de produção científica. É preciso garantir diariamente carinho, atenção, cuidado e exames periódicos para que a saúde e o bem-estar deles estejam sempre preservados, ressalta Javouroski.

Nas próximas semanas, com os resultados dos exames em mãos, uma junta médica vai avaliar a necessidade de cirurgia. Participam dessa junta os médicos veterinários do Zôo e do Passeio Público e mais dois ortopedistas veterinários.