O governo da Indonésia convocou representantes das embaixadas dos países com cidadãos no corredor da morte para reunião neste sábado (25), na prisão de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 quilômetros de Jacarta, capital do país. No grupo de dez prisioneiros condenados à morte por tráfico de drogas, está o paranaense Rodrigo Gularte. A convocação aumenta a expectativa de que, neste sábado, as autoridades do país podem definir a data da execução por fuzilamento.

O governo da Indonésia havia confirmado que a execução seria em seguida ao encerramento da cúpula Ásia-África, que o país recebeu e que se encerrou nesta sexta-feira (24). Pelas leis indonésias, os presos e seus representantes devem ser comunicados com 72 horas de antecedência da execução.

O Ministério das Relações Exteriores confirmou que a Embaixada do Brasil na Indonésia mandou um representante à Cilacap, onde fica a prisão na qual o paranaense e os demais condenados estão. O Itamaraty informou que ainda não recebeu comunicação oficial sobre a data de execução.

Gularte está preso desde julho de 2004, quando entrou na Indonésia com 6,5 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. O tráfico de drogas é passível de pena de morte no país asiático. Além dele, há de cidadãos da Austrália, França, Filipinas, Nigéria e de Gana no corredor da morte.

A defesa do paranaense continua tentando convencer a Justiça da Indonésia de que ele precisa de tratamento psiquiátrico, adiando a execução ao máximo. Sem desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Rodrigo Gularte e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésios, o governo brasileiro segue realizando gestões sobre o caso, por razões humanitárias e tendo em conta o estado de saúde do cidadão brasileiro, informou o Itamaraty à Agência Brasil.

O ministério ressaltou os reiterados pedidos feitos, em caráter urgente, de internação imediata do brasileiro em hospital local. Além disso, o Itamaraty convocou nesta sexta-feira (24) o encarregado de Negócios da Indonésia no Brasil para uma reunião com o embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior. O gesto serviu para demonstrar, mais uma vez, a preocupação do governo brasileiro com a situação e pedir mais explicações sobre o andamento do caso.