SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O casal Guilherme Luiz Schuch e Magali Thum está viajando por países da Ásia desde maio de 2014. Eles passaram por 20 países e chegaram ao Nepal há 12 dias. Na semana passada partiram de Katmandu em direção a Lukla, onde deram início a uma caminhada de 20 dias até o acampamento-base do Everest. Já próximos do destino final, o terremoto seguido de avalanche, neste sábado (25) interromperam o trajeto. Paulo Schuch, pai de Guilherme e sogro de Magali, acompanhou a repercussão do terremoto do Brasil buscando notícias do casal. Quase 24 horas depois, na manhã deste domingo (26), obteve a primeira notícia. A nora postou uma mensagem no Facebook. “Pessoal, estamos bem! O susto foi grande. Estamos em Namche Bazaar [povoado na região do Khumbu]. Para sair daqui temos que caminhar um dia ate Lukla [cidade no nordeste do Nepal] e de lá pegar um avião até Katmandu para sair do pais. Ainda não sabemos quando isso vai acontecer.” “Eles estão vivos. Espero que voltem logo para casa”, disse Paulo Schuch. Aos poucos, familiares e amigos estão conseguindo falar com brasileiros no Nepal. Segundo o Itamaraty, há 79 brasileiros no país – a conta é feita justamente com informações de familiares aqui -, 52 deles já foram contatados. Fabio de Abreu dos Santos e a mulher Patrícia Marques dos Santos estão no Nepal e conseguiram mandar notícias para a família, no Rio Grande do Sul, na madrugada deste domingo. “Depois de um dia aterrorizante recebemos notícias. Eles conseguiram um celular emprestado com um indiano. Foi uma ligação de 30 segundos. Eles estavam no aeroporto de Katmandu e, às 8h30 (horário de Brasília), iriam pegar um voo para Nova Déli. De lá, entrariam em contato de novo”, contou Ana Paula Freitas, irmã de Patricia e cunhada de Fabio. O casal Marcelo Bevilacqua e Kelly Pineiro mora em Katmandu e está fazendo relatos por Facebook. No sábado, disseram: “Hoje passamos um dos piores dias de nossas vidas. (…) Orem por nós, por favor. Muitas mortes. Estamos muito assustados. Os tremores são constantes e começou a chover. Internet e luz com restrição.” No dia seguinte ao terremoto, o casal contou que estava abrigado dentro de uma van. “Muitos vizinhos dormiram em uma área descampada. Pudemos sentir menores tremores durante toda a noite. Todos os brasileiros estão juntos. Reunimos toda nossa água e hoje vamos fazer uma reserva de comida.” Manoel Ursino Tenório de Azevedo avisou o irmão na quinta (23) que seguiria para o Nepal. Julio Tenório contou que eles se falaram pela última vez cerca de meia hora antes do terremoto. “Ainda não tivemos notícias. Entramos em contato com o Itamaraty, mas não conseguimos nada. Quando falamos ele estava pegando um ônibus na Índia, para ir para a Katmandu. Era uma viagem de dez horas, então acho que ele deve estar em algum vilarejo perto da fronteira da Índia ou alguma região isolada. Se estivesse na capital já teria entrado em contato.” O Itamaraty está reunindo as informações sobre brasileiros no país. Como os meios de comunicação foram afetados, o contato ainda é difícil. Neste domingo, mais um diplomata foi enviado ao Nepal para auxiliar as buscas. INFORMAÇÕES Se você está buscando informações sobre paradeiro de brasileiros no Nepal, o Itamaraty disponibiliza um telefone de plantão que atende 24 horas por dia: (61) 8197-2284. Por conta dos danos no sistema de telefonia da capital Katmandu, a Embaixada do Brasil não tem contato disponível. O contato também pode ser feito pelas redes sociais na página do Ministério de Relações Exteriores: Facebook: https://pt-br.facebook.com/ItamaratyGovBr Twitter: https://twitter.com/itamaratygov