O brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, não sabe que será executado na tarde desta terça-feira, 28. A informação é da prima dele, Angelita Muxfeldt, que o acompanha no país asiático, segundo o jornal Hora 1. A brasileira contou que seu primo está muito calmo, e ainda acredita que será solto.

A família de Gularte foi chamada para se despedir de Gularte na manhã desta terça-feira, 28. O prazo de 72 horas dado pela justiça indonésia após o anúncio para os prisioneiros de que eles serão executados terminou. Os nove condenados, oito deles estrangeiros, podem ser mortos por fuzilamento a partir desta terça.

Angelita visitou Gularte nesta terça. O governo Indonésio orientou as famílias dos presos a irem à prisão onde eles são mantidos. Segundo a imprensa local, eles foram orientados a se despedir dos condenados.

A brasileira saiu chorando da prisão, e deu uma entrevista aos jornalistas indonésios, em uma tentativa de sensibilizar o governo, tentando dizer ao presidente que ele recusou erradamente o pedido de clemência de Gularte. Ela tem uma equipe de 10 advogados trabalhando pelo brasileiro, além de uma ONG que resolveu ajudar.

Angelita contou que não disse ao primo claramente o que deve ocorrer nas próximas horas, e que ele não sabe o que vai acontecer, apesar de ter sido informado no sábado. Segundo a brasileira, ele sofre de delírios e não entendeu que será executado, nega que isso vá ocorrer e acredita que vai ser solto.

O brasileiro foi diagnosticado com esquizofrenia por dois relatórios no ano passado. Em março, uma equipe médica reavaliou o brasileiro à pedido da Procuradoria Geral indonésia, mas o resultado deste laudo não foi divulgado.

Familiares e conhecidos relataram que Gularte passa seus dias na prisão conversando com paredes e ouvindo vozes. Dizem que ele se recusa a tirar um boné, que usa virado para trás, alegando ser sua proteção.

O brasileiro passou 11 anos em prisões da Indonésia. Ele foi preso em julho de 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe, e foi condenado à morte em 2005.

Gularte poderá ser o segundo brasileiro a ser executado na Indonésia. Em janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi fuzilado após ser condenado à morte por tráfico de drogas.