A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa DHPP, prendeu nesta segunda-feira (27), A.L.P.A, 31 anos, treinador em duas academias de Crossfit. Ele está envolvido em três homicídios e uma tentativa de homicídio, todos envolvendo garotas de programa e transexuais. O acusado não tem passagem pela polícia.

A forma que Alexandre agia não tinha um padrão, as vítimas tinham idades variadas, sendo duas mulheres e duas transexuais, sendo que, nos dois primeiros casos, os peritos que atenderam o local não conseguiram identificar a causa da morte. Normalmente, as vítimas eram encontradas trancadas no local em que realizavam os encontros.

A primeira vítima foi encontrada no dia 16/03, em um apartamento no bairro Bigorrilho. Taís, transexual de 28 anos, estava nua sobre a cama, de barriga para baixo, amarrada pelos pés e pelas mãos e em adiantado estado de putrefação.

A segunda vítima foi encontrada no dia 21/03, desta vez, num apartamento no centro da capital. Jaqueline, de 42 anos, também foi encontrada nua, de barrigo para baixo, sobre a cama.

A terceira vítima foi encontrada no dia 19/04, num apartamento no centro de Curitiba. MEL, de 36 anos, também estava nua sobre a cama, de barriga para baixo e com uma toalha amarrada no pescoço, sendo a asfixia por estrangulamento a possível causa da morte.

A quarta vítima, aconteceu no dia 24/04, Camillt, transexual de 22 anos sobreviveu as ataques do acusado que alegou, que o encontro foi marcado via whatsapp. Cammily descreveu o suspeito com as mesmas características da última pessoa que teve contato com as vítimas Jaqueline e Mel, comprovadas por câmeras de segurança ele teria entrando e saindo dos apartamentos.

Camilly afirmou ainda que depois da relação sexual, o criminoso beijou seu rosto e, logo em seguida, deu um ‘mata leão, provocando um desmaio. Horas depois, quando acordou, estaria nua, em decúbito ventral, sobre a cama, com uma toalha amarrada no pescoço e sangue no rosto.O professor foi reconhecido por Camilly, sem qualquer sombra de dúvidas, como sendo o autor do crime cometido contra ela.

De acordo com investigações da 1ª Delegacia de Homicídios, além das chaves, o rapaz teria furtado aparelhos de celulares, documentos, quantias em dinheiro e outros pertences das vítimas.

Ao realizar busca na residência dele, foi possível localizar e apreender vários objetos, utilizados por ele na data dos crimes e flagradas pelas câmeras de segurança, entre eles, camisetas, bermudas, mochilas, notebooks, câmeras fotográficas até mesmo um pedaço de corda. Alguns desses objetos já foram identificados pela vítima sobrevivente e por familiares de outras vítimas.

Ele se reconheceu nas imagens das câmeras de segurança e admitiu os encontros amorosos com as vítimas, bem como, de ter aplicado um mata leão em duas delas para subtrair os pertences enquanto estavam desacordadas, uma vez que passaria por dificuldades financeiras. Apesar disso, ele afirma tê-las deixado com vida.

Em relação à primeira vítima, ele confirmou que a amarrou para atender a um pedido dela. Disse que, durante a prática sexual, ela teria engasgado e começado a salivar de forma abundante, fazendo com que ficasse com medo e fugisse do local. Admitiu ainda que o pedaço de corda encontrada na casa dele seria o mesmo utilizado para amarrá-la. O professor também confirmou, que algumas das chaves, documentos e celulares encontrados em sua residência seriam de vítimas.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Cláudia Machado, as investigações continuam e não descartamos a hipótese de existirem outras vítimas. O Núcleo de Combate a Cibercrimes, chefiado pelo Delegado Demetrius Gonzaga de Oliviera, também investigará o caso, além de ter um papel fundamental para revelar como eram feitos os contatos entre o criminoso e as vítimas.

O delegado-geral, Julio Cezar dos Reis, o delegado-titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa DHPP, Miguel Stadler e o delegado-titular da Secretaria Executiva também participaram da coletiva de imprensa que aconteceu na delegacia de Homicídios na manhã dessa terça-feira (28).