SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu a ironia feita pela presidente Dilma Rousseff em relação ao confronto entre professores e policiais militares em Curitiba, na última quarta-feira (29). Em vídeo divulgado nesta sexta (1º), Dilma alfinetou o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pela ação da PM contra manifestantes insatisfeitos com a votação de um projeto, na Assembleia Legislativa, que altera a previdência dos servidores. A presidente disse que, em plena democracia, “temos que nos acostumar as vozes das ruas, aos pleitos dos trabalhadores, reconhecer como legítimas as reivindicações de todos segmentos sociais da população”, sem “violência e sem repressão”. “Para isso, nada melhor que o diálogo franco e transparente entre governo e a sociedade.” O tucano lamentou que cerca de 180 pessoas tenham ficado feridas no episódio e disse que nada do que ocorreu deve ser objeto de ironia. “Nós lamentamos profundamente o que aconteceu”, disse. Perguntado pela imprensa, o tucano evitou fazer críticas ou comentários sobre a atuação de Richa no episódio. HABILIDADE POLÍTICA Na quinta (30), a cúpula nacional do PSDB lamentou que faltou “habilidade política” ao governador do Paraná. O diagnóstico é de que houve exageros por parte da Polícia Militar e que o episódio agrava a crise administrativa enfrentada pelo tucano desde o início do ano e que pode ter impactos em suas pretensões políticas. Na opinião deles, no entanto, há o consolo de que o governador está no primeiro ano do segundo mandato e ainda tem tempo para reverter o abalo causado em sua imagem. Ainda que defenda publicamente o governador, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou que as imagens do confronto são “impressionantes”. O senador tucano Álvaro Dias, que já foi governador do Paraná, reconheceu que houve exageros tanto de manifestantes como de policiais. Questionado sobre a atuação da Polícia Militar em 1988, quando policiais também detiveram manifestantes à força, o tucano afirma que a situação atual “não tem comparação”. “Hoje, é muito mais grave. A reação da polícia militar foi desproporcional”, disse.