A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe começa na próxima segunda-feira (4) e, neste ano, a população infantil apta a receber a dose foi ampliada para incluir crianças a partir dos seis meses até cinco anos incompletos. Até o ano passado, apenas os menores de dois anos recebiam a vacina. Além das crianças, serão vacinados portadores de doenças crônicas, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. Em Curitiba, a meta é vacinar pelo menos 303 mil pessoas, o equivalente a 80% dos integrantes dos públicos-alvo que podem ser contabilizados.

Para as pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais, não há meta específica de vacinação. Elas devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.

Locais de vacinação

Na capital paranaense, a vacinação deve ser feita nas 110 unidades básicas de saúde, de acordo com o horário de funcionamento de cada local. A vacinação se estende até o dia 22 de maio e, no próximo sábado (9), acontece o Dia D da Vacinação, com locais específicos para vacinação.

Os grupos vulneráveis que são alvo da campanha de vacinação contra a gripe são definidos pelo Ministério da Saúde, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Todas as pessoas estão suscetíveis a pegar gripe, mas há grupos mais vulneráveis em que as chances de agravamento da doença são maiores, podendo levar a internação hospitalar e, em casos mais graves, até à morte, explica o coordenador da Central de Vacinas da Secretaria Municipal da Saúde, Renato Rocha.

Segurança

O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, explica que a vacina contra a gripe é segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença, internações ou, até mesmo, óbitos. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. O vírus da influenza tem uma capacidade muito grande de mutação e, por isso, é necessário fazer a vacinação todos os anos, comenta o secretário.

Massuda salienta que a campanha de vacinação acontece no período que antecede o inverno porque a criação de anticorpos ocorre entre duas e três semanas após a aplicação da dose. O período de maior circulação da gripe é de final de maio a agosto.

O secretário lembra que a vacinação contra gripe é uma importante ação de prevenção, mas não dispensa medidas básicas de proteção, como a assepsia frequente das mãos, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar e procurar manter os ambientes ventilados.

Sintomas

A transmissão da gripe acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).

Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. Também é importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente as integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar imediatamente o médico. Os sintomas da gripe são febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

Reações adversas

Após a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e induração. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos passam, na maioria das vezes, em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados.

As doses da vacina contra a gripe foram adquiridas por meio da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Instituto Butantan e o laboratório privado Sanofi. O acordo, intermediado pelo Ministério da Saúde, permitiu que Instituto Butantan dominasse todas as etapas de produção da vacina.