Durante diversos momentos da trágica campanha do Atlético no Campeonato Paranaense, ecoou nas arquibancadas da Arena da Baixada os gritos de que “o principal é pior do juvenil” (uma referência ao time sub-23, que fazia uma melhor campanha que a equipe profissional no Estadual). E neste sábado (2), aqueles que assistiram ao confronto entre o “Furacãozinho” e o Nacional tiveram a sensação de que, de fato, o time sub-23 do Atlético é melhor do que o principal.

Na última rodada do Torneio da Morte, a jovem equipe comandada por Marcão, que fez historia com a camisa rubro-negra no começo dos anos 2000, deu show diante do Nacional e conquistou uma fácil vitória por 5 a 0, mostrando uma surpreendente solidez defensiva e muita força nos contra-ataques. Nikão, com um gol e duas assistências, foi o craque da partida. Cryzan (duas vezes), Breno e Rafinha completaram o placar, que acabou selando o rebaixamento do time de Rolândia (a equipe precisava de um empate ou então teria de torcer contra o Rio Branco, que acabou vencendo o Prudentópolis por 1 a 0 no Gigante do Itiberê).

O Jogo

No começo da partida, o Nacional tinha maior posse de bola e até conseguiu criar algum perigo nos erros do Atlético – principalmente em cima do zagueiro José Ivaldo. Aos poucos, porém, o Furacão foi mostrando “as garras”. Sua principal arma era o contra-ataque. E foi assim que a jovem equipe atleticana conseguiu construir uma tranquila vantagem em 15 minutos, com gols de Cryzan e Breno.

A facilidade do Furacão para jogar chegava a ser impressionante, principalmente quando se compara à atuação decepcionante da equipe principal dentro do Campeonato Paranaense. Verdade seja dita e justiça seja feita, o time de Rolândia também não demonstrava qualidade alguma. A troca de passes se concentrava na defesa, principalmente entre os zagueiros. Lá na frente a equipe tinha dificuldades em segurar a bola e não ameaçava. Em uma das raríssimas oportunidades, Tharlles perdeu a chance cara a cara com o goleiro atleticano.

Como quem não faz, toma, já no fim do primeiro tempo a vitória atleticana virou goleada após Jeferson derrubar Nikão dentro da área. O próprio meia-atacante converteu a cobrança – ele há havia dado a assistência para os dois gols anteriores.

Na volta do intervalo, o Atlético mudou. Nikão, o craque da partida, saiu para a entrada do volante Rossetto – o que seria um indício de que o meia-atacante deverá ser utilizado na partida contra o Tupi, no meio de semana, pela Copa do Brasil. Com a troca, Bruno Mota passou a jogar mais adiantado.

A etapa final começou com o Furacão mais recuado, segurando a vantagem. Aos poucos, porém, a equipe voltou a se soltar, agredindo mais o time de Rolândia. Tanto que por duas vezes a bola parou na trave. Isso foi até Rafinha, aos 20 minutos, disparar pela lateral, invadir a área, driblar o marcador e bater forte. 4 a 0.

Pouco depois de fazer o gol, Rafinha foi substituído pelo indiano Romeo Fernandes, que fazia sua estreia com a camisa do Atlético. E o gringo teve a chance de marcar o dele aos 31 minutos. Num contra-ataque rápido, Matheus Rossetto disparou desde o meio de campo e invadiu a área. O indiano estava livre ao seu lado, mas o meio-campista insistiu no lance individual e acabou desarmado pelo zagueiro Breno.

A situação do Nacional, que já era ruim, ficou ainda pior quando o Rio Branco abriu o placar no Gigante do Itiberê diante do Prudentópolis. Com a vitória do time de Paranaguá, a equipe de Rolândia seria rebaixada. E o desespero acabou batendo. Nervoso, o Nacional apelou para a violência e teve dois expulsos: Caíque e Lucas Paulista. Faltando 30 segundos para o fim do jogo, Cryzan marcou seu segundo gol (e que gol!) na partida com um belo chute de voleio após cruzamento de Breno. Após o apito final, a torcida se manifestou: “O que é que eu vou falar? O time B é melhor que o titular”. 

No final das contas, acabaram rebaixados os times que já haviam feito as duas piores campanhas no primeiro turno. 

Atlético 5 x 0 Nacional

Atlético: Alexandre Cajuru; Breno, Marcão (Ricardo Silva), José Ivaldo e Lucas Olaza; Otávio, Bruno Mota, João Pedro e Nikão (Rossetto); Rafinha (Romeo Fernandes) e Crysan. Técnico: Marcão.
Nacional: Aleks; Caíque, Léo Alemão, Vitão e João Victor; Carlos Júnior, Tiago e Jeferson (Lucas Paulista); Tharlles, Michael Paulista (Fernandinho) e Vieira (Bruno). Técnico: Gilberto Papagaio.
Gols: Cryzan (13 – 1º e 48 – 2º), Breno (15 – 1º), Nikão (46 – 1º), Rafinha (20 – 2º)
Cartões amarelos: Lucas Paulista, João Victor, Jeferson (N); Otávio, Rossetto, Rafinha (A)
Cartão vermelho: Caíque e Lucas Paulista (N)
Árbitro: José Mendonça da Silva Jr 
Público: 3.335 pagantes (4.247 total)
Renda: R$ 11.762,85
Local: Arena da Baixada, sábado às 18h30

Principais lances

Primeiro tempo:

13 – Gol do Atlético! Atlético troca passes desde a defesa. João Pedro toca para Nikão, que serve para Cryzan. O atacante domina antes da chegada do marcador e bate no canto.

15 – Gol do Atlético! Nikão enfia a bola, Bruno Mota tenta alcançar e não consegue, mas ela sobra para Breno, livre, bater na saída do goleiro.

30 –  Defesa falha e deixa Tharlles sair cara a cara com Alexandre. O goleiro fecha o canto e consegue defender com o pé.

44 – Nikão recebe dentro da área, dribla bonito o marcados, mas é calçado por Jeferson antes de finalizar. Pênalti!

46 – Gol do Atlético! Na cobrança do pênalti, o goleiro pula no canto certo, mas não alcança a bola batida por Nikão.

Segundo tempo:

10 – Rossetto vê Rafinha disparar e toca nas costas da defesa. O atacante bate forte, rasteiro, mas a trave salva o goleiro Aleks.

13 – Atlético trabalha bem a bola. Otávio recebe na intermediária e arrisca de longe. A bola explode na trave e sai.

20 – Gol do Atlético! Rafinha dispara pela lateral, invade a área, dribla o zagueiro com o pé direito e bate forte com o pé esquerdo para marcar o quarto gol atleticano.

48 – Gol do Atlético! Cruzamento de Breno para Cryzan, que pega de primeira com um lindo voleio e marca mais um golaço na Arena da Baixada.