Dois projetos de lei foram protocolados ontem na Assembleia Legislativa, uma que proíbe o uso de animais como aparato de apoio policial em manifestações de rua, e outra que também não permite o uso de balas de borracha para conter protestos públicos. O projeto de lei de autoria dos deputados Rasca Rodrigues (PV) e Marcio Pacheco (PPL) fala apenas do uso de animais — sejam eles cães de raça ou cavalos. 

O deputado estadual Tercílio Turini (PPS) apresentou um projeto ainda mais amplo. Além de proibir o uso de animais em eventos de qualquer espécie pela Polícia Militar e Civil, proíbe ainda o uso de balas de borracha. Os casos de emprego de animais ou balas de borracha seriam considerados como transgressão disciplinar, devendo ser instaurado procedimento disciplinar para a devida apuração.

Os ferimentos causados por balas de borracha e ataques de animais podem ser fatais e, portanto, devem ser reprimidos, diz a justificativa do projeto dom deputado do PPS. O ferimento físico foi grave durante todo o conflito. Mas existe ainda o ferimento da alma e este não tem nem como medirmos, complementou Turini.
O líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), criticou a violência contra os manifestantes em discurso na tribuna. Segundo ele, nada justifica a utilização do volume de bombas, nem do que se tornou um susto para todos: o emprego de balas de borracha contra os manifestantes. Não se pode permitir isso, criticou ele.