MARINA DIAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O vice-presidente Michel Temer conversou na tarde desta terça-feira (5) com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e pediu que os dois se empenhem no alinhamento das lideranças do PT na Câmara para que o partido feche posição favorável às medidas do ajuste fiscal propostas pelo governo.
Na reunião da coordenação política de Dilma, na segunda-feira (4), Mercadante e o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, afirmaram que o PT estaria unido em torno da aprovação do pacote, que deve passar pelo seu teste de fogo no plenário da Câmara, ainda nesta terça. Mas não foi isso que aconteceu.
Após reunião de mais de duas horas nesta terça, os deputados petistas se dividiram sobre as medidas que restringem direitos trabalhistas e previdenciários.
Antes do início da segunda parte da reunião, marcada para o fim da tarde, Temer falou com Dilma e Mercadante e disse que o PMDB seguiria o tom ditado pela bancada do PT, mas era necessário unificar a posição dos deputados petistas.
Na manhã desta terça, Temer se reuniu com o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), e com o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE), já para tratar das tramitações do ajuste no Senado. Durante o dia, porém, foi sendo informado de que surgia a possibilidade de não haver acordo para a votação na Câmara.
Na noite desta terça, o plenário da Câmara deve iniciar a votação da medida provisória 665, que tem como ponto principal o aumento do período de trabalho para que a pessoa demitida possa pedir pela primeira vez o seguro-desemprego. Hoje esse prazo é de pelo menos seis meses trabalhados.
O governo propôs a ampliação para 18 meses, mas já flexibilizou o prazo para 12. Muitos setores do PT resistem em aprovar medidas que possam restringir benefícios do trabalhador.