JULIANA CUNHA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Inflação, alta dos juros e desemprego derrubam a confiança do consumidor para o menor nível em doze anos e afetam o Dia das Mães, que deve ser o pior da década. Uma sondagem da Fecomercio feita com 1.111 consumidores paulistanos no dia 30 de abril aponta queda tanto na proporção de pessoas dispostas a comprar presentes como no valor médio das lembranças.

O número de filhos que pretendem presentear no domingo (10) passou de 61,6% em 2014 para 58,5% este ano. O valor médio de R$ 65 do ano passado caiu para R$ 57. É a primeira vez na série histórica, iniciada em 2011, que os filhos afirmaram que darão presentes mais baratos do que os do ano anterior.

Mais da metade dos entrevistados vê o atual momento como pior do que no ano passado. Em 2014, apenas 28,3% tinham essa avaliação pessimista. Menos de 20% acreditam estar em melhores condições em 2015 e quase 24% afirmam que nada mudou para eles.

Entre os que disseram que não presentearão a mãe, 38,6% afirmaram que não o farão por conta de dívidas e falta de condições financeiras, número maior do que o observado no ano passado (35,6%). O consumidor quer evitar se endividar: quase 95% dizem não estar dispostos a recorrer a empréstimos e financiamentos para comprar presentes. Com isso, cresceu a proporção dos que querem pagar o presente à vista: 76,3% pretendem pagar em dinheiro, cheque ou cartão de débito contra 72% no ano passado. O cartão de crédito será o segundo meio mais utilizado (22%), e os que vão optar pelo parcelamento, carnês e boletos totalizaram 6%.

FEMINISMO INVOLUNTÁRIO

Algumas mães até gostariam de ganhar eletrodomésticos (9,3%) e celulares (10,4%), mas os filhos optarão por itens mais baratos. Os artigos de vestuário, calçados e acessórios estão no topo da lista de compras informada pelos consumidores (38,9%), seguidos por perfumes e cosméticos (14%); eletrodomésticos (7,5%); telefone celular (4%); aparelhos de TV e som (2,9%); flores (2,6%); e cesta de café da manhã, almoço, jantar ou dinheiro (2%).

Para o assessor econômico da FecomercioSP, Vitor França, promoções e itens mais baratos serão a aposta dos lojistas para convencer filhos desanimados.