A Caixa Econômica Federal criou uma fila de espera para atender a novos pedidos de empréstimo imobiliário que usam dinheiro da poupança, principal fonte de crédito do setor e que vem sofrendo saques neste ano.
O banco nega que tenha suspendido a concessão, mas admite que fez ajustes nas cotas de recursos e nas taxas dos empréstimos.
Cada agência ou regional tem um cota de dinheiro para o crédito imobiliário. Aquelas que já emprestaram todos os recursos orientam aos clientes a procurarem outra unidade ou a aguardarem até que possa encaminhar o pedido. Não há previsão para a liberação de novos recursos.
Segundo gerentes da Caix, a fila de espera dura cerca de um mês. O problema é maior com os correspondentes bancários que já teriam pré-aprovado o financiamento de alguns clientes (muitos até já teriam pagado a entrada do imóvel), mas que o crédito não saiu do papel e não há previsão para a liberação.
Até fevereiro, o banco ainda trabalhava com um sistema on-line que permitia aos correspondentes pré-aprovarem os financiamentos. Desde março, todos os financiamentos passaram a ser analisados caso a caso, sendo que vários não são aprovados nem recusados; ficam na fila de espera de recursos.
Fianciamentos com valor acima de R$ 400 mil são inviáveis, segunfo gerentes.
De janeiro a março, a Caixa perdeu R$ 7 bilhões em depósitos (30% do total das poupanças no país).
Os bancos têm por obrigação aplicar 65% do dinheiro da poupança no setor imobiliário. Quando há mais recursos disponíveis, fica mai difícil cumprir essa exigência – o dinheiro não emprestado vira depósito compulsório. Em janeiro de 2013, o cumprimento dos bancos em geral estava em 66%. Um ano depois, subiu para 71%. Na Cixa, passou de 63% para 68%.
A caixa esperava uma desaceleração na demanda por crédito, mas não estava preparada para o ritmo de perda de recursos da poupança. Segunfo o Banco Central, o saldo da poupança na Caixa cresceu 12% nos últimos 12 meses encerrados em janeiro de 2015 (dado mais recente). No período, a aplicação de recursos dentro das exigências do BC aumentou 21%.
Nos demais bancos, o saldo da poupança cresceu 11%, e os desembolsos, 20%. A captação por letras e cédulas hipotecárias aumentou 55% no período.