Funcionários do Tribunal de Justiça do Paraná anuncia paralisação da partir do dia 26 de maio, próxima terça-feira, por tempo indeterminado. A greve é por melhores salários.

Segundo a direção do Sindijus, sindicato que representa a categoria, o Tribunal de Justiça do Paraná não vai negociar. Essa é a posição final do presidente Paulo Vasconcelos, após anunciar que garante a reposição da inflação em 8,17% aos servidores. O TJ sequer negociou outras reivindicações durante a reunião desta terça-feira, 19, com a Direção do Sindijus-PR, convocada de última hora. A mesa de negociação se resumiu ao reajuste dos últimos 12 meses.

Vasconcelos quer ainda que a sua palavra seja a garantia para a continuação das negociações e se negou a responder por escrito ao Sindijus-PR todos os itens da Pauta de Reivindicações.

O presidente revelou, ainda, que o governador Beto Richa o convocou para reunião onde fez um pedido: para que o TJ acompanhasse o reajuste do Executivo e aplicasse, apenas, 5% em duas parcelas. Vasconcelos disse que respeita a solicitação, por ser do chefe maior do estado, mas que aplicaria a Lei. O Tribunal de Justiça tem orçamento destinado à reposição inflacionária, previsto e aprovado ainda em 2014.

Além de não avançarmos nas nossas pautas, temos que enfrentar a interferência entre os poderes do governador. Sofremos com a péssima administração do Beto Richa (PSDB) e não aceitamos que ele ordene o que o Judiciário deve cumprir com seus servidores, rechaça o coordenador-geral do Sindijus-PR, José Roberto Pereira.

Mencionada durante a reunião, a equiparação entre 1º e 2º graus, de 8% para nível superior e de 2,75 a 4% ao médio, foi lançada para o final do ano. A proposta da administração é rediscutir os índices da Isonomia no segundo semestre. Os servidores não aceitarão esperar a equiparação, já que os recursos financeiros estão previstos no orçamento de 2015, afirma José Roberto.

As pautas que não tem impacto financeiro imediato, o presidente determinou que a Direção Geral do TJ iniciasse novos estudos. Sobre o Sistema de Atendimento à Saúde, a administração afirma que ainda não tem uma definição quanto ao retorno do atendimento às pensionistas. Em relação aos aposentados, ainda falta definir aqueles que são pagos pelos fundos financeiro e previdenciário.

GREVE
Na avaliação da Direção do Sindijus-PR o que foi deliberado na Assembleia Geral do dia 8 de maio não foi atendido pelo Tribunal. Apenas a reposição da inflação do período não seria o suficiente, segundo a decisão dos servidores. Os demais pontos de pauta não foram respondidos e nem ao menos discutidos na reunião, tudo fica para o segundo semestre. Diante disso, permanece a última deliberação da categoria: Greve dia 26 de maio.

Os diretores se reuniram para encaminhar novas ações para a próxima semana. As visitas, que já ocorrem nos locais de trabalho, deverão ser intensificadas e todas as comarcas devem ser comunicadas da paralisação geral por tempo indeterminado. O Sindijus-PR também vai reforçar a convocação para a reunião dos representantes de base e membros da Diretoria Colegiada para o próximo sábado (23) quando será organizada a greve.

No dia 25, o Sindijus-PR reforça a convocação de todos os servidores para acompanharem a sessão do Órgão Especial, a partir das 13 horas, quando o projeto de reposição deve ser discutido. No final da tarde, Assembleia Geral para avaliação e organização do movimento de greve no dia seguinte.

Os servidores não têm qualquer garantia de que suas reivindicações serão atendidas. Além disso, a decisão da Assembleia é para que toda pauta seja respondida e não apenas o reajuste. O TJ sequer deu atenção. Dia 26 para tudo, enfatiza José Roberto.