LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A prévia da inflação fechou o acumulado em 12 meses encerrados em maio em 8,24%, rompendo em quase dois pontos percentuais o teto da meta. Trata-se do maior valor para o período desde janeiro de 2004, informou o IBGE nesta sexta-feira (22). Os preços administrados, que são os controlados pelo governo, como combustíveis e energia elétrica, foram os principais vilões da inflação no início do ano. Em maio, contudo, começaram a dar trégua, porque já passaram pelo seu período de reajustes. O aumento mais leve nesses preços contribuíram para a desaceleração do IPCA-15 quando considerado apenas o mês de maio, de 0,60%. Em abril, a alta fora de 1,07%. O indicador no acumulado do ano continua, no entanto, acima do centro da meta de inflação do governo. Está em 5,23%, enquanto a meta é de 4,5%. O IPCA-15 mede a variação de preços no intervalo entre os dias 14 do mês de referência e do imediatamente anterior. ALTA DA ENERGIA TEM DESACELERAÇÃO A energia elétrica teve alta de 1,41% em maio, muito menos expressiva que o avanço de 13,02% de abril. O resultado forçou a desaceleração do grupo Habitação, que teve alta de 0,85%, após ter subido 3,6% no mês anterior. O grupo de produtos da categoria Transportes teve queda de 0,45% nos preços. Dentro do segmento, os combustíveis recuaram 0,83% e a gasolina, especificamente, caiu 0,63%. A desaceleração da economia e a alta do dólar pressionaram para baixo o preço das passagens aéreas, que recuaram 23,61% em maio. Temendo perder passageiros coma desvalorização do real, as companhias têm feito promoções. Economistas já falam que a desaceleração da economia e o aumento do desemprego farão com que a inflação desse ano possa ser menor que o esperado, principalmente para bens de consumo duráveis -móveis e eletrodomésticos- e também para os serviços. Com renda mais baixa, as pessoas devem mudar seus padrões de consumo. Analistas estimam uma inflação de 8% a 8,2% no ano. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi o que mais pressionou o indicador, com alta de 1,79%. Os produtos farmacêuticos, que são remédios e cosméticos em geral e integram o grupo, subiram 3,71% no período.