VENCESLAU BORLINA FILHO
CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – O Estado de São Paulo confirmou o primeiro caso de zika vírus -doença considerada nova e transmitida pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti. A vítima é um homem de 52 anos, morador de Sumaré, na região de Campinas (a 93 km de São Paulo), e passa bem.
Segundo o Ministério da Saúde, os casos da doença estavam restritos à região Nordeste. No último balanço, feito na semana passada, foram confirmados 16 casos nos Estados da Bahia e Rio Grande do Norte.
Por ser “primo da dengue”, a descoberta do primeiro caso preocupa as autoridades de saúde. A região de Campinas é uma das líderes em casos de dengue. Somente neste ano, Sumaré e Campinas confirmaram, juntas, 46.354 registros da doença.
O zika vírus causa febre baixa, grandes manchas no corpo, coceira e vermelhidão nos olhos. Embora mais brando do que outras doenças, ele pode ser confundido com casos de dengue, chikungunya e até sarampo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
A suspeita é que o zika tenha entrado no Brasil após a realização da Copa do Mundo do ano passado.
A doença leva cerca de quatro dias para se manifestar. Os sintomas persistem por até sete dias. Assim como a dengue, não há remédio específico para o zika vírus. O tratamento é baseado em medicamentos para febre e dor, conforme orientação médica.
CASO
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o homem contagiado pelo zika vírus já está curado. O caso foi registrado como autóctone (contraído no próprio município), uma vez que o cidadão não teve histórico de viagem nas duas semanas anteriores ao início dos sintomas, em 10 de março.
Segundo a secretaria, o paciente foi atendido na rede municipal de saúde e o caso notificado como suspeito de dengue. Após avaliação do Instituto Adolfo Lutz, confirmou-se que se tratava do zika vírus. Foi necessário realizar o isolamento e o sequenciamento genético do vírus.
Ainda de acordo com a secretaria, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) enviará nesta sexta (22) dez profissionais para realizar o bloqueio e controle de criadouros no bairro onde o caso surgiu, o Parque General Osório.