SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Professores da rede estadual de São Paulo decidiram manter a greve da categoria, iniciada em 16 de março. Os grevistas fizeram uma assembleia na tarde desta sexta-feira (15), na avenida Paulista, na região central. Por volta das 19h40, os manifestantes chegaram à Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, onde acreditavam que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participaria de um evento. Ele, no entanto, não apareceu no local. A assessoria de imprensa do governo estadual disse que Alckmin não tinha agenda programada para esta noite. No largo São Francisco, um pequeno grupo de manifestantes chegou a entrar no prédio, que teve uma das entradas fechada pela faculdade. Apesar disso, não houve registro de tumultos no local. Antes de seguir até o largo São Francisco, os grevistas pretendiam terminar a passeata até a Secretaria da Fazenda, onde exigiriam o pagamento de salários atrasados. No percurso do protesto chegaram a ser bloqueadas as avenidas Paulista, Brigadeiro Luís Antônio e 23 de Maio. Os professores estão em greve há 61 dias e as negociações com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não avançaram no período. A categoria pede reajuste de 75% (para equiparar o salário aos demais servidores do Estado com formação superior), mas o governo tucano até agora nem sequer apresentou uma contraproposta. Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), o governo pretende apresentar uma proposta apenas em junho, um mês antes da data-base da categoria, num sinal de que a paralisação tende a se estender por mais tempo. Se o acordo não acontecer até lá, a greve superará, em duração, a mais longa da história, ocorrida em 1989, com 80 dias parados. Segundo a Polícia Militar, o protesto desta sexta reúne em torno de 1.800 pessoas. O grupo ficou concentrado inicialmente no vão-livre do Masp e bloqueou a avenida Paulista por volta das 16h. O sindicato da categoria aponta que o total de manifestantes chegou a 40 mil. O governo Alckmin tem apontado a mesma fatia de 5% de ausentes durante a greve em curso. A rede hoje tem 235 mil professores. Já o sindicato contabiliza adesão de 62% – abaixo dos 75% apontados em abril pela entidade. MUNICIPAIS Um grupo de professores municipais também fez um protesto na tarde desta sexta no viaduto do Chá, na frente da prefeitura. O grupo de cerca de 700 pessoas, segundo estimativa da PM, fez o ato simultâneo a uma reunião que acontecia entre a administração municipal e representantes do sindicato. Os professores reivindicam 25% de reajuste e a prefeitura ofereceu 10% de aumento no piso salarial a partir de outubro, mas a proposta foi rejeitada na semana passada. Hoje, a gestão Fernando Haddad (PT) propôs aplicar esse reajuste de forma escalonada, sendo 5% em maio e 5% em outubro. A categoria afirmou que vai manter as negociações e a pressão para que a prefeitura melhore a proposta, mas descartou entrar em greve no momento. Uma nova reunião deve acontecer na próxima semana. Os professores municipais também devem participar do Dia Nacional de Luta, marcada para o dia 29, quando acontecerá protestos de sindicatos e movimentos sociais.