SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Exército iraquiano e uma coalização liderada pelos americanos atacaram neste sábado (23) as forças do grupo radical Estado Islâmico ao leste de Ramadi, na primeira resposta desde a queda da capital da província de Al-Anbar há uma semana, anunciaram os comandantes da operação.
O avanço das forças do Estado Islâmico levou os moradores da cidade a fugir e procurar ajuda de entidades humanitárias. Em um registro feito por um fotógrafo da France Presse nesta sexta-feira (22), é possível ver uma idosa sendo levada em um carrinho de mão, de mãos dadas com um soldado. Ela e dezenas de outros moradores aguardavam para cruzar a ponte Bzeibez, na fronteira sudoeste de Bagdá.
Os militantes do EI assumiram o controle de Ramadi no domingo (17), após três dias de combates, e tentavam avançar para o leste da capital da província de Al-Anbar, uma região que já controlam quase por completo.
“As operações militares para libertar Husaybah, sete quilômetros ao leste de Ramadi, começaram”, disse à agência de notícias France Presse um coronel da polícia iraquiana, que pediu anonimato. Segundo o coronel, as forças iraquianas recuperaram algumas áreas da localidade. “Até o momento, libertamos a delegacia de Husaybah, assim como seus arredores. A operação consegue avanços significativos.”
Em nota divulgada neste sábado (23), a Força Tarefa Conjunta dos EUA e seus aliados confirmou 22 ataques aéreos em alvos do Estados Islâmico desde sexta-feira (22), incluindo quatro perto de Ramadi.
O documento aponta que os ataques em Ramadi atingiram unidades táticas, veículos militares e um território controlado pelos militantes.
Os demais ataques da coalizão foram perto das cidades de Al Asad, Bayji, Fallujah, Haditha, Kirkuk, Makhmur, Mosul, Sinjar e Tal Afar.
AVANÇO RÁPIDO
O Estado Islâmico tomou ainda o último posto na fronteira da Síria com o Iraque e consolidaram o controle sobre uma ampla região entre os dois países, após a conquista de Palmira, cujos tesouros arqueológicos estão ameaçados.
O EI já controla metade do território da Síria, um país que é cenário de uma guerra civil há quatro anos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Em oito dias, o grupo conseguiu conquistar Ramadi, Palmira, no deserto sírio, e o posto de fronteira de Al-Tanaf, ao sul, após a retirada das forças do regime.
Assim, o regime de Bashar al-Assad perdeu o controle das três passagens de fronteira com o Iraque, já que o posto de Bukamal também está sob controle do EI e o de Al-Yaarubia, mais ao norte, é dominado pelas forças curdas.
Apesar da campanha aérea iniciada em 2014 pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria, da qual participa a Arábia Saudita, o grupo extremista sunita avança e amplia seu ‘califado’, declarado em junho do ano passado nas zonas sob seu controle em ambos países.
Nesta sexta-feira (22), os militantes reivindicaram pela primeira vez um atentado suicida na Arábia Saudita, contra uma mesquita xiita em Kudehi. O ataque deixou 21 mortos e 81 feridos, segundo o ministro da Saúde, citado pela agência oficial saudita.