Militantes do Estado Islâmico (EI) mataram ao menos 400 pessoas na cidade milenar de Palmira, na Síria, a maioria mulheres e crianças, afirmou neste domingo (24) a rede de televisão estatal síria. A TV diz que a informação veio de moradores da cidade, conhecida como pérola do deserto e local de construções milenares da época do Império Romano. Ativistas da oposição afirmaram em redes sociais que centenas de corpos estavam nas ruas da cidade, que foi tomada pelo grupo radical na quarta-feira passada (20) depois de dias de violentos combates com o Exército sírio.

Segundo os relatos, as vítimas seriam consideradas apoiadoras do regime de Bashar al-Assad. Moradores da cidade relataram ao jornal “The New York Times” o terror da invasão da cidade e o medo que leva muitos a se refugiarem em seus porões. Neste sábado (23), combatentes do EI ergueram sua bandeira sobre uma das construções históricas da cidade, de acordo com fotos postadas na internet por simpatizantes do grupo islâmico.

O grupo extremista radical sunita declarou um califado islâmico no território que controla no Iraque e na Síria, realizou operações na Líbia e, na sexta-feira (22), assumiu a responsabilidade por um ataque suicida contra uma mesquita no leste da Arábia Saudita. Eles destruíram monumentos históricos e antiguidades que veem como idólatras em outras cidades, e há temores que façam o mesmo agora em Palmira. Situada 210 km ao nordeste de Damasco e considerada patrimônio mundial da humanidade pela Unesco, a cidade é um oásis que viu seu nome aparecer pela primeira há 4.000 anos e foi um local de trânsito das caravanas entre o golfo e o Mediterrâneo, assim como uma etapa na Rota da Seda.