No ano passado, 222 pessoas morreram no trânsito de Curitiba. Os dados mostram que os fins de semana são os mais perigosos na Capital. Os sábados e domingos concentram a maior parte dos acidentes com mortes: 40% das mortes ocorreram nesses dias. Do total do ano passado, 48 decorreram de acidentes ocorridos em sábados e 41 em domingos. Os períodos do dia com mais mortes são entre 20 e 21 horas (17 mortes) e entre 5 e 6 da manhã (16).

Os números foram apresentados ontem pela Prefeitura e fazem parte do programa Vida no Trânsito, ao qual a Prefeitura aderiu em 2010. O projeto do Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a fundação Bloomberg Philanthropies, tem a meta de reduzir o número de mortes no trânsito em 50% entre 2010 e 2020 — período batizado como Década Mundial de Redução de Mortes em Acidentes de Trânsito. O programa é realizado também em Belo Horizonte, Campo Grande, Palmas e Teresina.

Mas comparado ao ano passado, as mortes no trânsito mostram tendência de queda. Se em 2014 foram 222 mortes (em 207 acidentes), em 2013 foram 226 — uma redução de 1,8%.

Desde 2010 Curitiba já reduziu em 30,6%o número de mortes no trânsito. Os primeiros dados de 2015 mostram que de janeiro a março houve uma queda de 30,5% no número de mortes: foram 41, contra 59 no mesmo período de 2014. Com isso, Curitiba passou da metade da sua meta de redução da letalidade quando o programa também chega à metade de seu período proposto.

Perfil — O estudo do Vida no Trânsito mostra que, em números absolutos, pedestres, homens e jovens na faixa etária de 20 a 29 anos são as principais vitimas de acidentes. Porém o risco de morrer no trânsito é maior para os homens e para pessoas com mais de 70 anos.

A cada ano, os dados do levantamento são analisados por um comitê formado por profissionais das secretarias municipais da Saúde e de Trânsito, do BPTran, da Polícia Rodoviária Federal, do Siate, do Samu e do Instituto de Criminalística. O resultado dessa análise subsidia uma série de ações destinadas a reduzir os acidentes e o número de vítimas.

Onde

Ocorrências
Das 222 mortes ocorridas no trânsito de Curitiba em 2014, 149 ocorreram em ruas e avenidas do centro e dos bairros e 72 em trechos urbanos de rodovias (incluindo a Linha Verde). Um acidente tem local ignorado.

Pedestres são principais vítimas

As maiores vítimas de acidentes são os pedestres. Dos 222 mortos no ano passado, 80 eram pedestres. Em seguida aparecem ocupantes de motocicletas (69), ocupantes de automóvel (59), ciclistas (11) e ocupantes de caminhão (1). Em dois casos, o perfil da vítima não pode ser identificado.
Considerando apenas as mortes por atropelamento, o risco para a população de 70 anos ou mais é 16 vezes maior do que para as crianças de até nove anos, por exemplo. No ano passado, 24 idosos morreram em acidentes na Capital.