SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Iraque anunciou nesta terça-feira (26) o início da operação de retomada da cidade de Ramadi, tomada pelos milicianos do Estado Islâmico (EI) nas últimas semanas.
O avanço dos radicais sobre Ramadi, capital da província de Anbar, representou uma derrota importante para as tropas iraquianas. Sua localização estratégica, a 110 km a oeste de Bagdá, aumenta os temores de que o EI expanda a sua influência para a capital do país.
A operação do Exército para retomar Ramadi contará com o suporte de milícias paramilitares sunitas e xiitas, anunciou a TV estatal.
Um porta-voz das milícias xiitas afirmou que a operação “não durará muito tempo” e que as forças de segurança já cercam Ramadi a partir de três lados.
O parlamentar iraquiano Ahmed al-Assadi disse a repórteres que o Exército está equipado com novas armas e que a batalha em Ramadi “surpreenderá o inimigo”.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos 55 mil pessoas fugiram de Ramadi desde o avanço do EI.
ATRITO
Um comentário feito no domingo (24) pelo secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, provocou descontentamento no governo iraquiano -com quem a administração Barack Obama tem buscado estreitar relações.
“As forças iraquianas demonstraram nenhuma vontade de lutar”, disse Carter à emissora americana CNN sobre a atuação do Exército em Ramadi.
Em resposta, um porta-voz do premiê Haider al-Abadi disse que a declaração de Carter supreendeu o governo e que ele “deve ter se informado incorretamente”.
Nesta segunda (15), o vice-presidente americano, Joe Biden, reafirmou o compromisso dos EUA em ajudar no combate ao EI e, em tom conciliatório, elogiou as forças de segurança iraquianas.
“O vice-presidente reconheceu o enorme sacrifício e a coragem das forças iraquianas nos últimos 18 meses em Ramadi e em outras localidades”, declarou a Casa Branca em um comunicado.