Mas a não aplicação de intervenções que possam ajudar a melhorar e facilitar o desempenho do aluno e o trabalho da escola não são os únicos problemas que os profissionais de educação relataram. Outra questão recorrente é a pressão pela aprovação de alunos.

A situação não chega a ser novidade. Em 2010, por exemplo, repercutiu a historia do pai de um estudante de uma escola estadual de Londrina. Ele reclamava que o filho não tinha notas para passar de ano, mas foi aprovado por Conselho de Classe mesmo tendo tirado 38 em física, 26 em matemática e 35 em geografia.

Já neste ano, a pesquisa Conselho de Classe – A Visão dos Professores sobre a Educação no Brasil, que entrevistou mil professores em 50 municípios das cinco regiões brasileiras, apontou que um dos fatores com maior impacto no cotidiano escolar é a aprovação de alunos que não estão preparados para o próximo ciclo (10%).

Outra questão levantada por 12% dos entrevistados foi a defasagem de aprendizado, um indício de que os Conselhos de Classe não têm servido para melhorar o desempenho da própria escola e dos profissionais que trabalham com o ensino.

No Paraná, os índices de reprovação são altos: chegam a 13,72% no ensino fundamental e a 14,08% no ensino médio. A professora de português Maristela Bianchi Goes, porém, aponta que os índices deveriam ser muito maiores.

O sistema te impõe uma porcentagem de alunos que você pode reprovar. Por nós, professores, teria muito mais reprovações, afirma. Por isso que tão é fácil a escola pública, o professor não pode reter o aluno.


Estudo

Falta análise

No estudo Conselho de Classe: espaço de análise, reflexão e avaliação do trabalho pedagógico, Marta Betanes analisou os resultados alcançados após os conselhos de classe realizados entre 2006 e 2008 em uma escola do interior do Paraná. Segundo ela, em vez de analisar o desempenho do aluno e da própria escola de forma coletiva, propondo ações e intervenções para a melhoria da aprendizagem do aluno e da prática docente, o conselho de classe acaba sendo um momento apenas de aprovação e reprovação na maioria das escolas. O que sentimos pena é que o calendário é muito apertado. Um dia só para analisar todas as turmas é insuficiente. Deveria discutir por mais tempo, sem pressa, fazendo a análise detalhada.


Média

Como calcular a média para passar de ano em três passos

1 – Inclua todas as notas que os alunos receberam por matéria a cada semestre ou trimestre

2 – Pegue o total de todas as notas e divida-o pelo número de testes. Por exemplo, se um aluno teve 5,0; 7,5; 8,5 e 7,5 nos testes, o total será 28,5. Divida esse número por 4 e a média será 7,1

3 – Some os pontos extras, se houver. Some-os às outras notas. O valor encontrado será a nota do boletim