RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF – (FOLHAPRESS) – O mapa de votação do distritão mostra que 13 integrantes da bancada do PMDB votaram contra os propósitos de Eduardo Cunha, entre eles o relator da reforma na comissão especial, Marcelo Castro (PI).
Castro foi desautorizado publicamente pelo presidente da Câmara após se manifestar contra o distritão. Ele chegou a ser acusado por Cunha de falta de inteligência política ao propor a redução do mandato dos senadores.
Após ser destituído da função de relator e ver a comissão encerrar os trabalhos sem votar um relatório, Castro disse que Cunha, até então seu aliado, agiu de forma autoritária e desrespeitosa. Nesta terça, distribuiu um panfleto no plenário contra o distritão.
Segundo análise de deputados momentos após a divulgação do resultado, pesou na larga derrota de Cunha o atropelo na comissão da reforma política. De acordo com esses parlamentares, vários políticos que pensavam em votar a favor do distritão mudaram o voto após o presidente da Câmara liderar a articulação para enterrar a comissão, que ameaçava aprovar propostas diversas das suas.
“Não vamos fazer a reforma política por culpa dele. O grande responsável pelo fracasso da reforma política que a sociedade pediu foi o presidente da Câmara, que quis impor a sua própria reforma”, afirmou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Um dos integrantes do PMDB que votou contra Cunha, o deputado Darcísio Perondi (RS) disse que votou por sua cabeça. Mas ressaltou que Marcelo Castro é um deputado muito querido no partido, sinalizando a insatisfação gerada na legenda pela fritura pública do então relator da reforma política.
“O distritão praticamente acaba com os partidos, encarece as campanhas e mata os novos candidatos”, afirmou o peemedebista.
OUTROS PARTIDOS
O PT votou em massa contra o distritão – todos os 63 que estavam na sessão (houve uma abstenção, que nesse caso significa voto contra), assim como o PRB (20), o PR (31) e o PDT (19).
O PSDB se dividiu. Vinte e um votaram a favor do distritão e 28 contra.
Já o PC do B, que é publicamente contra o distritão, votou em peso (13 votos) a favor de Cunha devido a um acordo com o presidente da Câmara segundo o qual seria abandonado projeto que sufoca os partidos pequenos.