BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um total de 910 mil candidatos já se inscreveram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015, exame que será realizado nos dias 24 e 25 de outubro. As inscrições começaram na segunda-feira (25), e se estendem até 5 de junho. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Educação. No ano passado, 8,7 milhões de pessoas manifestaram interesse em fazer a prova, principal pré-requisito para ingresso em diferentes instituições públicas de ensino superior e programas do governo federal, como Prouni (bolsa para alunos de baixa renda) e Ciência sem Fronteiras. A inscrição é feita em site específico e o estudante deve fornecer informações como e-mail pessoal e telefone de contato. A taxa é de R$ 63, e pode ser paga até 10 de junho. Estão isentos do valor os concluintes do ensino médio da rede pública e pessoas que se declararem carentes. O ministro Renato Janine (Educação) argumentou que o reajuste da taxa, para R$ 63, foi decorrente da inflação oficial do período -desde 2004, o valor era R$ 35. Ele ponderou, no entanto, que ainda “não temos definição” sobre a periodicidade de novos reajustes. “Se será anual ou a cada dois anos [por exemplo]. Quando você deixa muito tempo [a taxa] fica, o reajuste vem com surpresa, quando deveria vir com naturalidade.” Nesta terça (26), o Ministério da Educação universalizou a exigência do Enem para acesso ao Fies. Até então, o exame não era exigido de professores da rede pública matriculados em curso de licenciatura e pedagogia e pessoas que concluíram o ensino médio antes de 2010. Agora, todos devem ter desempenho mínimo na prova (450 pontos e redação acima de zero) para obter o crédito estudantil. FALTOSOS Ao mesmo tempo, o MEC decidiu endurecer as regras para os candidatos que faltarem uma edição do exame e se inscreverem para uma nova prova do Enem. A regra terá impacto para aqueles que se ausentarem na edição deste ano. O estudante que se ausentar da prova nos dois dias, por algum motivo, terá que desembolsar a taxa de inscrição se desejar fazer um novo Enem, ainda que esteja na categoria de isento. No ano passado, do total de 8,72 milhões de inscritos, 6,19 milhões compareceram (esse grupo obteve nota em pelo menos uma área) -taxa de quase 29% de ausência. Segundo o ministro, 65% dos faltosos na última edição estavam isentos da taxa. “Decidimos cortar a isenção para a edição seguinte e poderemos cortar para mais edições, se isso continuar”, afirmou. O MEC, no entanto, deve publicar uma regulamentação definindo em que situações um candidato ausente poderá ter isenção da taxa no ano seguinte -problemas de saúde, por exemplo, devem ser contemplados. ECONOMIA O MEC prevê uma economia de 20% no Enem 2015 em comparação à edição anterior. O percentual é decorrente de medidas como aumento da taxa de inscrição e o não envio de cartão de confirmação da prova pelos Correios. Em anos anteriores, o estudante recebia o papel em casa e poderia baixá-lo em site específico na internet. Agora, esta será a única opção disponível. Somente essa medida tem uma economia estimada em R$ 18 milhões. “São aprendizados que tivemos com todas as edições recentes. O número de pessoas que baixava o cartão já era muito alto”, ponderou Chico Soares, presidente do Inep (instituto do MEC responsável pelo Enem) em coletiva de imprensa no último dia 14. No ano passado, o custo do Enem foi de R$ 52 por candidato -ou um total de R$ 453,5 milhões. A economia prevista, então, é da ordem de R$ 90,7 milhões 30 MINUTOS DE ESPERA Neste ano, não haverá mudança nos critérios de correção da redação, mas haverá mudança na dinâmica de aplicação da prova. Agora, haverá 30 minutos de diferença entre o horário de fechamento dos portões do local de aplicação (13h) e o início da prova (13h30). “Todos os alunos terão entrado na sala, estarão já com seus celulares no pacotinho e durante esse período, vários testes poderão ser feitos. Por exemplo uso do detector de metais. Será um controle extra. É um grande momento de risco, quando a prova é aberta e, portanto, passível de algum vazamento, que temos que evitar a qualquer custo”, disse Chico Soares. No ano passado, alunos indicaram que houve vazamento do tema da redação no Enem, no segundo dia de aplicação da prova. O caso foi investigado pela Polícia Federal.