O deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB) – presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa – negou hoje ter mantido funcionários fantasmas em seu gabinete, como apontou ontem reportagem da RPC TV a partir de investigação do Ministério Público. Segundo a denúncia, uma funcionária de seu gabinete, de nome Micheli Borges da Silva, controlaria contas bancárias de esposas de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus através de procurações. As supostas irregularidades teriam acontecido entre 2001 e 2003, durante o primeiro mandato do parlamentar.

Atualmente, essa funcionária estaria lotada no gabinete da 3ª Secretaria da Assembleia, comandada pelo deputado Adelino Ribeiro (PSL), com salário mensal de R$ 10 mil. Ainda de acordo com a reportagem, Micheli Silva teria procurações que permitiriam a ela solicitar extratos, conferir saldos e juros, depositar e sacar qualquer quantia das contas de servidores comissionados do gabinete do parlamentar.
Praczyk alegou que outra funcionária que ocupava cargo em comissão em seu gabinete, mas atuava como agente político de seu mandato no interior do Estado teria feito a procuração em nome de Micheli Silva para facilitar a obtenção de cartões de crédito e talões de cheque. Essa funcionária (Micheli) não gerenciou conta de ninguém, afirmou. Micheli nunca foi funcionária fantasma. Ela foi remanejada para a 3ª secretaria em 10 de abril deste ano porque nós formamos um bloco. E os deputados que compõem esse bloco indicaram os funcionários para a 3ª secretaria. Eu indiquei dois. Não há nada de irregular nisso. Ela (Micheli) presta assessoria a mim e ao bloco também, disse.
O deputado – que é pastor da Igreja Universal – confirmou ter contratado esposas de pastores e obreiros da igreja para cargos de confiança. Coloquei pessoas de minha confiança, da minha igreja. Todas trabalhavam e recebiam normalmente pelo que recebiam, garantiu ele, que prometeu colocar seu sigilo bancário à disposição da Justiça para provar que não ficou com os salários desses servidores.
Praczyk atribui a acusação a uma denúncia encomendada, oriunda de outro ex-funcionário dele que teria atuado como informante, e que era responsável por todas as contratações e exonerações de seu gabinete. Tive que exonerá-lo porque parece que ele contratou a mãe, esposa, irmã, cunhada. E parece que estava mancomunado em uma negociação de ‘barriga de alugue’, acusou.
Caso Justus – O parlamentar também disse que se for necessário, coloca à disposição da Assembleia seu cargo de presidente do Conselho de Ética. Praczyk negou ter responsabilidade na decisão do órgão que arquivou denúncia contra o deputado Nelson Justus (DEM), acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de desvio de salários de funcionários fantasmas quando presidiu o Legislativo entre 2007 e 2010. Eu não inocentei ninguém. Não tenho esse poder. Fiz tudo dentro do regimento interno. Eu sequer voto, argumentou.