O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), se irritou ontem com as críticas dos deputados da bancada de oposição à nova proposta do governo de reajuste do funcionalismo. Traiano reclamou que a proposta foi construída com a sua ajuda depois que os próprios parlamentares oposicionistas pediram sua intervenção junto ao governo para que fosse encontrada uma solução para o impasse entre o Executivo e os servidores públicos.
O tucano disse ter sido procurado pelos deputados Maurício Requião Filho (PMDB), Péricles de Mello (PT), José Aparecido Lemos (PT), e pelo líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), para que intercedesse junto ao Palácio Iguaçu.
Fui o governo, fiquei por duas horas e meia conversando com toda equipe. Isso sem sequer ter consultado deputado (líder do governo, Luiz Cláudio) Romanelli. Não sou homem de falar aqui o que não poso assumir. Implorei uma solução. O que era possível. Tenho testemunhas. Não estou falando nada que não seja verdade. Esse presidente não vai fazer papel de palhaço, queixou-se.
Ele criticou o que considera intransigência da oposição na busca por um acordo entre o funcionalismo e o governo. Em um esforço de até enfrentamento do governo para chegar a uma solução. O governo disse: ‘então vamos fatiar isso para que a gente possa cumprir’. É claro, 3,45% é coisa muito pequena para ser discutido. Não sou homem de mandar recado. Não vamos insuflar mais ainda. A quem interessa ficar criando esse impasse?, questionou.
Os parlamentares de oposição responderam afirmando que desde o início deixaram claro que qualquer acordo dependeria da concordância do Fórum das Entidades Sindicais – que representam os servidores. É uma proposta de quem está apostando na continuidade da greve e no desgaste dos servidores, disse Veneri.