A ciclovia que liga o Centro Cívico ao Parque São Lourenço está de cara nova, com pintura vermelha destacando a área para bicicletas, em obra que trouxe, além da beleza estética, segurança aos ciclistas. O trecho que vai da Rua Brasilino Moura, no bairro Ahú, até o Parque São Lourenço está concluída e já está aberto o processo de licitação do segundo trecho, que vai da Brasilino Moura até a Avenida Cândido de Abreu.

A nova faixa vermelha cobriu caminhos e curvas sinuosas e fez a ciclovia se sobressair no meio da vegetação nativa que margeia o Rio Belém. A sinalização horizontal e vertical foi reforçada em um amarelo forte, para chamar a atenção de ciclistas, pedestres e principalmente de motoristas nos cruzamentos com a via pública. Como há trechos nos quais o trânsito é compartilhado com pedestres, a acessibilidade foi planejada para dar conforto para pessoas com deficiência, idosos, mães com carrinhos de bebês e demais pedestres.

Todo o pavimento existente foi recuperado e, em alguns trechos, a pista foi alargada em até 2,5 metros, atendendo as normas do Conselho Nacional de Trânsito. Além disso, novas calçadas foram construídas no trecho.

Todos os dias, nos últimos 20 anos, vou trabalhar de bicicleta. Corto a cidade pela ciclovia diz a diarista Lúcia Carvalho, de 50 anos. Moradora do São Lourenço, ela sempre trabalhou nos bairros centrais da cidade utilizando sua bicicleta como meio de transporte. Agora, com a nova sinalização dá gosto andar. Está tão macia que estes dias estourou o pneu da bike e nem percebi, conta.

A recuperação da ciclovia que liga o Centro Cívico ao Parque São Lourenço foi realizada com recursos da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), com orçamento de R$ 1 milhão. A obra cumpre o estabelecido no Plano Estratégico Cicloviário de Curitiba, que prevê, além da implantação de vias cicláveis, a recuperação de parte da malha cicloviária já existente, que soma cerca de 127 quilômetros.

A ciclovia está mais bonita e segura, diz os estudantes Alexandre e Rafalella Milléo. Fazia tempo que não vinha no Parque, mas agora, com a nova sinalização, fica mais seguro pedalar, afirma.

Linha do trem

As primeiras ciclovias de Curitiba seguiam as linhas do trem e interligando os parques beneficiando trabalhadores e estudantes. Hoje, é cada vez mais comum observar gente pedalando em todos os cantos da cidade. Vários grupos de pedalada se espalharam pela cidade – somente os promovidos com apoio da Prefeitura são sete – e já ganham espaço nos serviços das entregas ou com as bike-messengers.

Curitiba possui 200,41 quilômetros de vias cicláveis, entre ciclovias, ciclorotas, ciclofaixas, via calma e passeios compartilhados. São intervenções promovidas para fazer uma cidade mais democrática e inclusiva.

A atual gestão da Prefeitura tem incentivado o uso da bicicleta como meio transporte, com a ampliação de vias cicláveis, como ciclovias e ciclorrotas, além da instalação da Via Calma, na Avenida Sete de Setembro, e a instalação de paraciclos por toda a cidade, entre outras medidas. Hoje, a cidade tem 73 quilômetros a mais de vias cicláveis do que tinha em 2013.

A garçonete Jenifer Aline Vasconcellos de Lima conta que foi através da dor que entendeu a importância da ciclovia. Ao cair de bicicleta em uma rua, quando disputava espaço com os carros, teve machucaduras profundas no rosto, braços e pernas. Agora só uso a ciclovia. Este é o nosso espaço, conclui.