SAMANTHA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Grupo Schahin informou que vai entrar na Justiça para tentar reverter a decisão da Petrobras de cancelar contratos para contratação e operação de cinco sondas de perfuração. Uma delas perfurava no pré-sal da Bacia de Santos.
Mergulhado em crise financeira, acelerada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, o grupo chegou a pedir recuperação judicial para suas 28 empresas, diante das dívidas de R$ 6,4 bilhões. A Justiça concedeu a recuperação a apenas nove.
De acordo com a fornecedora, a decisão, comunicada pela estatal no fim da semana passada, foi tomada de forma unilateral. As sondas são usadas para fazer perfurações de poços para a atividade de exploração, na fase de descoberta e delimitação das reservas.
O grupo alega que a rescisão colocará em risco 1.000 empregos e causará prejuízo superior a US$ 4 bilhões.
A decisão da Petrobras ocorre quase dois meses depois de o Shahin ter informado à estatal, dias antes de pedir recuperação judicial, que pararia a operação dessas mesmas sondas, pelo prazo de 60 dias.
O grupo alega que, menos de um mês depois, havia informado à Petrobras que estava pronta para retomar a operação das unidades, porque se sentia mais confortável financeiramente.
A Schahin Engenharia é uma das 26 da lista de empresas com as quais Petrobras suspendeu contratações, como desdobramento das investigações da Lava Jato.
Perguntado se a decisão trouxe algum impacto também às três plataformas de produção que operam em Campos e Santos, além de duas encomendadas para o pré-sal, todas em parceria com a Modec, o grupo Schahin não respondeu.
Petrobras também não comentou o caso até o momento.