Os indicadores criminais dos 139 municípios que fazem parte da região de fronteira do Paraná mostram uma redução de 13,55% no número de homicídios no primeiro trimestre de 2015, em comparação com o mesmo período do ano anterior. 

Nos primeiros três meses, foram 134 mortes, menos que as 153 de 2014. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (28) durante a reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFron), que acontece em Foz do Iguaçu e discute ações conjuntas de segurança com instituições municipais, estaduais e federais, além de forças policiais do Paraguai e da Argentina. 

Isso se deve a uma ação importante de prevenção da Polícia Militar, mas também ao trabalho da Polícia Civil em elucidar os crimes de homicídio, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Reis. 

Os indicadores mostram também um aumento de 17% nos cumprimentos de mandados de prisão, que passaram de 800, no primeiro trimestre de 2014, para 936 no mesmo período deste ano. 

Da mesma forma, de acordo com as informações da Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, houve acréscimo de 10% no índice de armas de fogo apreendidas pelas polícias do Paraná: foram 465 de janeiro a março de 2014 e 510 neste ano. 

As ocorrências de tráfico também tiveram alta, de 10,55%, uma vez que foram registradas 502 ocorrências no primeiro trimestre de 2014 e 555 neste ano. Observou-se, no período comparado, um aumento de 41% nas apreensões de cocaína na região de fronteira, o que corresponde a 50,78 quilos. Essa quantidade representa 44% do total de cocaína retirada das ruas do Paraná no primeiro trimestre. 

Além da cocaína, na região de fronteira as polícias tiraram de circulação 171,2 quilos de crack, o equivalente a 30% do total da droga apreendida em todo o Estado. E mais de 8,9 toneladas de maconha, quase 69% de todo o entorpecente apreendido também no primeiro trimestre de 2015.

Os índices de roubo e o furto subiram nestes 139 municípios, 8,23% e 6,06%, respectivamente. O furto de veículos na região fronteiriça ficou estável — 726 neste primeiro trimestre e 712 em 2014. O roubo de veículos subiu 10%. 

No entanto, o índice de recuperação dobrou (20,55%). Em 2014 foram roubados 238 veículos nos primeiros três meses sendo que 681 foram recuperados. No mesmo período de 2015, foram 264 veículos roubados e 821 recuperados pela polícia — números que revelam que muitos veículos são roubados e levados para os municípios da região de fronteira. 

Estamos identificando em qual das unidades isso ocorre com mais frequência para combater essa modalidade de crime, disse o delegado-geral da Polícia Civil. Também foi verificado um aumento na recuperação dos veículos roubados e furtados. Isso acontece porque alguns dos carros são usados no contrabando e, com repressão forte na fronteira, acabam apreendidos, 

OPERAÇÃO ESCUDO – Lançada em 24 de abril, a megaoperação da Receita Federal de combate ao contrabando, descaminho e outros crimes de fronteira, batizada como Escudo, já apresenta resultados no Paraná. 

Em um mês, foram 36 pessoas presas, 14 armas apreendidas, 73 veículos recuperados (61 automóveis), quase duas toneladas de drogas e 2.678 mercadorias, avaliados em quase R$ 4 milhões. O balanço foi apresentado nesta quinta-feira (28), na mesma reunião, pelo auditor da Receita, Sérgio Antônio Lorente, que é chefe da Divisão de Repressão e Contrabando. 

É quase uma arma apreendida a cada dois dias. São números que mostram que o trabalho integrado da Receita Federal, dos órgãos de segurança pública e das Forças Armadas precisa continuar, pois diminuiu todos os índices de criminalidade na região, avalia Lorente. 

Chamada de Escudo, a ação faz parte da Operação Fronteira Blindada e conta com a participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias civis e militares. O objetivo é reforçar a fiscalização em toda a rota dos produtos trazidos ilegalmente em especial do Paraguai, desde a entrada até o destino final.