O maior escândalo da história do futebol parece ter influenciado as eleições para a presidência da Fifa. Considerado favorito absoluto para vencer no primeiro turno, o atual mandatário Joseph Blatter liderou a rodada inicial de votações, mas não conseguiu o resultado necessário para encerrar a disputa contra o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein em pleito disputado nesta sexta-feira (29), em Zurique, na Suíça.

Blatter teve 133 dos votos das 209 federações nacionais pertencentes ao quadro da Fifa. Já Hussein contou com apenas 73. Para que um vencedor fosse definido já no primeiro turno, eram necessários dois terços dos votos, ou seja, 140 indicações. Com o resultado, todos os eleitores voltam à cabine de votação. Será ganhador o candidato que obtiver maioria simples na segunda rodada do pleito.

A eleição desta sexta-feira foi marcada por muita turbulência. Manifestantes ocuparam rua próxima da sede da Fifa com mensagens contra a reeleição de Blatter. Duas mulheres interromperam um discurso do mandatário no início das atividades do congresso, protestando contra os dirigentes e a favor da Palestina, e foram retiradas rapidamente. Para completar o tumulto, uma falsa ameaça de bomba movimentou a polícia suíça.

A CBF foi representada no congresso da Fifa pelo presidente da Federação cearense, Mauro Carmélio. Presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, Marco Polo Del Nero abandonou a Suíça na última quinta-feira e retornou o Brasil para acompanhar a sequência das investigações do caso de corrupção.

Apesar de não ter o nome citado no relatório do FBI, Del Nero aparentemente é um dos suspeitos listados nos documentos montados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em dois arquivos um dos suspeitos é descrito como membro do alto escalão da Fifa, da Conmebol e da CBF, credenciais que batem com as de Del Nero. As ações desse personagem reforçam indícios de participação do atual chefe do futebol nacional no esquema de corrupção.