BERNARDO ITRI E LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAIS
ZURIQUE, SUÍÇA (FOLHAPRESS) – Reeleito para seu quinto mandato, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, acusou os Estados Unidos de interferir no Congresso da entidade ao provocar a operação que prendeu sete cartolas em Zurique, na quarta-feira, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
“Ninguém vai me tirar a ideia de que é apenas uma simples coincidência que a operação dos EUA tenha acontecido dois dias antes da eleição da Fifa, depois da reação da Uefa e do Platini. Ninguém tira isso da minha cabeça”, afirmou Blatter em entrevista à TV suíça RTS divulgada neste sábado.
“Há sinais que não podem ser ignorados. Os americanos eram candidatos para a Copa-2022 e perderam. Os ingleses foram candidatos em 2018 e perderam. Temos respeito ao sistema judicial dos Estados Unidos e à nova ministra da Justiça. Se eles tiveram um crime financeiro, eles devem prender essas pessoas lá, não em Zurique durante o Congresso da Fifa”, emendou o cartola.
Esta é a primeira vez que Blatter critica a ação norte-americana abertamente desde a prisão dos dirigentes, acusados de um esquema de corrupção que envolve US$ 150 milhões.
“Não estou certo, mas isso não me cheira bem. Isso tocou a mim e à Fifa. Não só porque ele tentaram me denegrir, mas também porque eles usaram esse momento para dizer “é hora de dar tchau”. Então eles disseram “nós vamos boicotar o congresso”, disse Blatter na TV suíça.