A ideia de escrever sobre esse tema, surgiu depois que minha filha de sete anos e meio me perguntou: Mãe, tem algum parente de Deus vivo na Terra? Pensei ou nem deu tempo disso, o que eu poderia responder. Algo que tivesse coerência e simplicidade. Então expliquei que, se partimos do princípio que todos somos filhos de Deus, de acordo com algumas diretrizes que seguimos, por nossa educação cristã e o fato dela estudar num colégio católico, todos nós somos parentes de Deus. Bingo!

Nada disso. Ela foi mais longe e continuou: Mas eu digo alguém mais antigo. Então discorri um pouco sobre as formas como o homem explica Deus entre várias correntes filosóficas, científicas e religiosas, mas que o mais importante é respeitar cada forma como cada um explica, sente e vice Deus. Nesse momento você se depara com uma infinita dúvida sobre como conduzir a conversa de forma livre, leve e solta. Porém, crianças são mais simples e elas têm a absoluta certeza que os pais são um Google, com todas as respostas sobre todas as questões.

E por falar em site de pesquisa, tente achar algum conteúdo neutro sobre o assunto. Quase impossível, sempre tem uma condução religiosa, contudo a essência parece ser a mesma. Deus é sinônimo de amor, de compreensão de tudo o que seja bom e para o bem. Manter essa linha de pensamento pode ser a solução ideal.

Na base do dia a dia – A educadora ambiental que prefere se identificar pelo nome fictício de Aline, 32 anos, contou que já teve questionamentos sobre Deus, de sua filha de seis anos, a Julinha. Tive uma educação católica, fiz primeira comunhão, mas depois me afastei da religião. Eu não batizei minha filha e isso gerou uma discussão familiar gigantesca. Mas disse que ela seria educada com princípios de que a espiritualidade é tão importante quanto saúde, estudo, enfim tudo o que a gente precisa conhecer nessa vida. Há pouco tempo minha filha perguntou quem era Deus e eu simplesmente respondi que Deus era a forma como nós representamos o amor sobre todos os aspectos: na natureza, no respeito com as pessoas, ou seja, no nosso dia a dia, completou.

Ela ressalta que não adianta explicar um deus religioso e cheio de regras, se no cotidiano contrariamos todos esses princípios, pois acima de tudo, Deus é verdade e nós somos imperfeitos.

Ronise Vilela é jornalista e mãe. Sugestões de pauta podem ser enviadas para [email protected]