Claro que vou assistir ao jogo da final da Liga dos Campeões da Europa. E quando assisto a um evento destes, me dá uma vontade de ir embora para a Europa e trabalhar de cronista por lá. Não estou cuspindo no prato em que como, mas são tantos erros, corrupção, uma péssima organização da CBF e da Confederação Sulamericana, que eu tenho uma baita inveja dos nossos amiguinhos europeus. Um Campeonato Espanhol, Português, Inglês, com aqueles estádios de uma fotografia sensacional, torcida misturada, sem brigas, onde já tivemos conflitos e são coisas do passado.

Nem sempre foi assim, mas noto que ao longo dos anos, os profissionais de lá ficaram indignados e resolveram os problemas sérios. Aqui no Brasil, os problemas são colocados embaixo de um tapete e a impressão nítida de que nunca serão resolvidos não deixam as esperanças em dia. Blatter renunciando, até a FIFA parece ter futuro. Um país onde o presidente da federação é um príncipe, com seus estádios ingleses bem cuidados, até na segunda divisão, onde a gente tem a chance de assistir aos jogos em TV a Cabo e só ficamos babando com inveja.

Voltando ao nosso quintal, de Marín (o Zé das Medalhas), de Ricardo Teixeira, de Del Nero, quando muita gente berra, grita, fala aos quatro ventos quer essas pessoas não deveriam administrar o futebol e entra ano e sai ano, são as mesmas pessoas que viciam o processo e agora a justiça está investigando o que nós sabemos que acontece a muitos anos. Isto está ficando chato, sem graça e insuportável. Ser sério no futebol está ficando raro, tão raro quanto achar políticos brasileiros idealistas. Mas, não vou embora, porque ainda acho que precisamos ficar e tentar berrar mudanças urgentes. Ainda tenho esperança. A esperança é a última que matam.

Este ano, o torcedor do Coritiba já tem certeza: O time não será Campeão Brasileiro. E não é pessimismo, é só um cara pé no chão que vê jogos de futebol e analisa a qualidade do elenco. É só ler minhas colunas desde janeiro e já é possível perceber que eu venho acompanhando a falta de qualidade do trabalho feito no clube. E as mudanças necessárias, o que precisa ser feito até está sendo feito, mas o tempo passa e as alterações, as contratações, as decisões demoram mais tempo do que os jogos que seguem.

Passam os dias, demoram a decidir, logo vai cair nas costas do técnico Marquinhos Santos, que não poderá agüentar mais pressão. Uma derrota para o Fluminense e já posso ver, na bola de cristal mais lógica do planeta que o técnico vai perder o emprego e o time vai começar a render melhor. Enquanto isso, os bastidores do clube estão agitados. Demissões inesperadas, conflitos internos, mas que não se sabe ao certo quem está causando tanta insatisfação. Gente boa, simplesmente pedindo para sair. As coisas estão nebulosas por parte do Coritiba.

Uma dúvida pairava a cabeça do torcedor rubro-negro: Marcos Guilherme iria fazer falta ao lado de Walter¿ Depois, veio o cartão vermelho para o Fenômeno ex-Fluminense. E o Atlético venceu um jogo sem Marcos Guilherme e sem Walter. E continua surpreendendo com seu futebol, que ainda não convence, ninguém tem convicção de afirmar, mas de uma coisa eu tenho certeza… este futebol que está sendo jogado tem um nome: Milton Mendes. Para mim, o Mister M. Ele tem feito jorrar água de pedra, transformou o Atlético em um time de futebol novamente e vem colhendo bons frutos. O técnico tem um jeitão até engraçado de falar, com suas filosofias e devaneios que às vezes são difíceis de entender, ou até de admitir, mas ele vai convencendo o seu grupo de jogadores e fazendo o time render. Que seja assim o ano inteiro.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator