FLÁVIA FOREQUE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Adotar um currículo nacional para a educação básica pode ser uma tarefa difícil para determinado grupo de escolas formadas por alunos de baixa renda, por exemplo mas isso não deve ser um empecilho para colocar em prática um modelo único para todas as unidades. ‘Com certeza algumas escolas terão mais dificuldades do que outras, mas o currículo deve ser uma aspiração para todas‘, afirma o australiano Barry McGaw, ex-presidente de conselho administrativo de entidade responsável pela reforma curricular no país.

Segundo ele, a Austrália começou o debate de um currículo nacional em 2009 e passou a implementá-lo em 2012. Ao lado de Robert Randall, hoje no comando da entidade que reformou o currículo no país, ele participou nos últimos dias de debates com o governo brasileiro sobre o assunto. A criação de uma base nacional comum é uma das metas previstas no Plano Nacional de Educação e está na agenda do MEC. A intenção é apresentar à sociedade, nos próximos meses, um modelo para a educação básica, antes que o documento seja encaminhado ao CNE (Conselho Nacional de Educação).

Na Austrália, a reforma curricular definiu 80% do tempo escolar o restante pode ser preenchido com atividades em classe ou fora da sala. ‘É uma perspectiva diferente‘, afirma Randall diante da previsão de que, no Brasil, o percentual esteja atrelado ao conteúdo ensinado em sala (60% definido pelo currículo). ‘O intuito não é copiar, mas recolher as lições das melhores experiências internacionais‘, disse o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), em encontro com a imprensa, nesta quarta-feira (10). Para ele, é preciso ‘romper com o enciclopedismo raso‘ do que é ensinado atualmente em sala de aula. Unger e o ministro da Educação, Renato Janine, tiveram reunião nesta terça (9) esse foi um dos temas debatidos.