Quando se fala em crise no Brasil, todos nós pensamos imediatamente em um cenário desfavorável na economia, porém, na atual conjuntura a palavra crise está presente em muitas outras áreas.
Na economia, a crise é grave. Com o país em recessão, a inflação consome o salário do trabalhador, liquidando com o poder de consumo das classes menos favorecidas, resultando em forte desaceleração e no aumento dos índices de desemprego e inadimplência.
Esse é o resultado de uma nefasta política de crescimento econômico, baseada na concessão de crédito, com alta carga tributária e de poucos investimentos em infraestrutura.
Implantada no governo de um político brasileiro padrão, ou seja, descompromissado com o futuro da nação, unicamente interessado na própria reeleição e no projeto de perpetuação de seu grupo e partido político no poder.
Outra crise se dá na política, com inacabáveis escândalos de corrupção, tanto no plano federal quanto no estadual.
Infelizmente, nós paranaenses também temos sido bombardeados com inúmeras denúncias envolvendo agentes públicos.
Guardadas as devidas proporções orçamentárias, as mesmas práticas corruptas do governo federal petista, são as do governo estadual tucano. Lá, foram presos diretores da Petrobras, aqui, 49 auditores ficais da cúpula da Receita Estadual.
Em ambos os casos foram instalados vergonhosos propinodutos que abasteceram financeiramente as campanhas eleitorais de reeleiçãoo dos dois grupos políticos.
Mas afinal, quem esta por trás de tudo isso?
Pode-se dizer, em uma análise nem um pouco conservadora, que as inúmeras crises, em diferentes áreas pelas quais o país passa, tem uma inafastável coincidência de origem: a política, os políticos e seus interesses.
Tudo começa na falta de caráter daqueles que escolhemos para nos representar.
Enquanto no Império Romano, o Senado era composto por aqueles que representavam o melhor da sociedade, nos dias de hoje, nossos representantes são aqueles que muitas vezes nos envergonham profundamente.
Temos Deputado procurado pela Interpol, Senador grileiro de terra, Deputado que se apropria do salário dos funcionários do seu gabinete, Deputado religioso com funcionário fantasma e, claro, os inesquecíveis Vereadores que reclamam do salário, dizendo que estão pagando para trabalhar.
Nós sabemos de tudo isso, mas vêm eleição, passa eleição, e eles estão sempre lá, reeleitos!
Poderosos como nunca e dissimulados como sempre. Haja óleo de peróba para tanta cara de pau.
Enfim, por trás de todas as crises possíveis e imagináveis estão sempre eles, os homens públicos, os políticos, aqueles que nos governam, criam nossas leis e decidem nosso futuro. Quem sabe se um dia conseguirmos trocar esses homens talvez mudaremos a nossa realidade e acabaremos com muitas das nossas lamentáveis crises.
Para encerrar lembro da celebre frase de Eça de Queiroz;
“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.”

Bernardo Duarte é comunicador e advogado