LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAL
ATENAS, GRÉCIA (FOLHAPRESS) – Os países da zona do euro rejeitaram o pedido de socorro de última hora feito pela Grécia nesta terça-feira (30) para evitar um calote de 1,6 bilhão de euros no FMI.
Os ministros de Finanças do bloco da moeda única, que tem 19 países incluindo a Grécia, fizeram uma reunião de emergência por teleconferência para avaliar o pedido. A resposta foi negativa. O bloco avisou que deve rediscutir o assunto nesta quarta (1º) e pedir mais detalhes à Grécia.
Com isso, fica inevitável o não pagamento da dívida que vence nesta terça (30), deixando a Grécia a partir desta quarta (1º) sem ajuda externa pela primeira vez em cinco anos.
Em tese, o governo tem até as 18h do horário de Washington (19h em Brasília e 1h de quarta-feira, 1º, pelo horário de Atenas) para quitar a dívida com o fundo.
Numa última tentativa de evitar o calote, o governo de Alexis Tsipras fez nesta terça (30) um pedido de resgate financeiro de dois anos ao fundo ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira), vinculado à União Europeia e responsável por cuidar dos interesses financeiros dos países da zona do euro.
O governo da Alemanha foi um dos que se posicionou contra o socorro. A chanceler Angela Merkel quer esperar plebiscito convocado por Tsipras no próximo domingo (5) sobre um acordo com os credores. A estratégia dela e de outros líderes é apostar na vitória do “sim” na consulta popular, a favor de uma negociação com a zona do euro, enfraquecendo o premiê grego, que faz campanha pelo “não”.
O governo da Grécia diz que, se liberado, o dinheiro seria usado para atender às necessidades gregas em “paralelo” à reestruturação de sua dívida.
Vencem nesta quarta-feira (1) os dois programas de resgate que somam 245 bilhões de euros, financiados pelo FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010. A Grécia tenta, sem sucesso, desbloquear uma parcela de 7,2 bilhões de euros desse empréstimo, a última parte dele.