ESTELITA HASS CARAZZAI
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – A Justiça Federal no Paraná determinou a soltura do executivo Paulo Dalmazzo, ex-diretor da empreiteira Andrade Gutierrez, que estava preso desde o dia 19 pela Polícia Federal sob suspeita de participação no esquema de corrupção na Petrobras.
Em decisão desta quarta-feira (1), o juiz Sergio Moro avaliou que, como o investigado não tem mais vínculo empregatício com a Andrade nem com outra empresa suspeita, não há risco à ordem pública nem de que outros crimes se repitam.
“Observo que não se trata aqui de decidir quanto à culpa ou não do investigado Paulo Dalmazzo. As provas, em cognição sumária, de sua responsabilidade pelos crimes já foram expostas”, escreveu Moro.
O executivo foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimento de delação premiada, como o contato na Andrade Gutierrez para o recebimento de propinas. Dalmazzo nega as acusações.
Quando foi decretada sua prisão, cerca de duas semanas atrás, os investigadores tinham a informação de que Dalmazzo estaria trabalhando na empreiteira Jaraguá Equipamentos, que fez depósitos a empresas do doleiro Alberto Youssef.
Estes depósitos, segundo as investigações da Lava Jato, serviam como fachada para o pagamento de propinas.
A defesa do executivo, porém, demonstrou que ele deixou a empresa em maio deste ano, antes de decretada a prisão, e não tem atualmente vínculos com qualquer outra companhia.
Por isso, Moro entendeu que o investigado pode ficar em liberdade.
Ainda assim, o juiz determinou que Dalmazzo não saia do país sem autorização, não deixe sua cidade de residência por mais de 30 dias e seja impedido de prestar serviços a órgãos públicos.