A Polícia Federal deflagrou na manhã hoje, 2 de julho, a Operação Travessia 14, de combate ao contrabando de cigarros e à lavagem de dinheiro. Cerca de 300 policiais cumprem 45 mandados de prisão, 17 de condução coercitiva e 45 de busca e apreensão nas cidades de Cruz Alta, Santa Maria, Santana do Livramento, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso, Crissiumal, Itati, Rosário do Sul (RS), São José do Cedro (SC), Realeza, Francisco Beltrão, Cascavel, Nova Prata do Iguaçu (PR) e Sorriso (MT). Também são executadas ordens judiciais de apreensão de seis veículos e sequestro de 30 caminhões.

A investigação teve início em setembro de 2014 e identificou cinco grupos de contrabandistas estabelecidos na região de Cruz Alta, Santa Maria e Santana do Livramento, que utilizavam duas rotas para internalizar em território brasileiro cigarros fabricados no Paraguai: uma por via terrestre, com a mercadoria adquirida em cidades próximas a Foz do Iguaçu e trazida ao Rio Grande do Sul por rodovias do oeste do Paraná e de Santa Catarina; e outra pela fronteira gaúcha com a Argentina, através do rio Uruguai, com os cigarros transportados em pequenas embarcações e descarregados em portos clandestinos, o principal deles na foz do Rio Buricá, divisa dos municípios de Doutor Maurício Cardoso e Crissiumal.

Os grupos utilizavam veículos de passeio e utilitários para transportar os cigarros em território brasileiro, muitos deles clonados e equipados com rádio transmissor. Alguns veículos carregados chegaram a tentar transpor barreiras policiais. A mercadoria era distribuída em várias regiões do estado e também no território uruguaio. Desde o início da investigação até hoje, 26 pessoas foram presas em flagrante, 30 indiciadas, e apreendidos mais de 500 mil maços de cigarros, além de diversos veículos. As abordagens tiveram o apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar.

Os investigados são reincidentes na prática do comércio ilegal de cigarros, movimentando milhões de reais de origem criminosa. A estimativa de tributos sonegados somente com os cigarros apreendidos na Operação é de R$ 2 milhões. Um dos grupos chegou a lucrar R$ 350 mil em apenas um mês.

O contrabando de cigarros fomenta a prática de outros crimes que afetam diretamente a sociedade, como furto, roubo e clonagem de veículos, crimes ambientais e contra a saúde pública, sonegação fiscal e tributária, corrupção ativa e passiva, entre outros.

A deflagração da Operação na manhã de hoje teve a participação da Polícia Rodoviária Federal, da Brigada Militar e da Receita Federal. Os investigados responderão por contrabando, lavagem de dinheiro e associação criminosa.