RAFAEL REIS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A badalada seleção chilena que irá enfrentar a Argentina, às 17h de sábado (4), pelo título inédito da Copa América, tem Vidal, Alexis Sánchez e Bravo, nomes importantes de alguns dos maiores clubes do mundo. Mas eles são exceções. O elenco do técnico Jorge Sampaoli conta com um jogador desempregado, outro que foi rebaixado na Inglaterra e quatro que atuam na fraca liga local.

O melhor exemplo de como o Chile não é um time formado apenas por craques bem-sucedidos internacionalmente é o artilheiro da Copa América, com quatro gols, Eduardo Vargas. Contratado em 2012 pelo Napoli, ele não deu certo na Itália e tem emendado um empréstimo atrás do outro. Em um deles, acabou cedido por um ano ao Grêmio. Em outro, na última temporada, foi último colocado do Campeonato Inglês pelo Queens Park Rangers. Já o volante Pizarro, 35, o jogador mais velho da seleção, encontra-se neste momento sem vínculo com nenhum clube. Ex-Inter de Milão, Manchester City e Roma, ele defendeu a Fiorentina na última temporada. Mas seu contrato terminou nesta semana e ainda não foi renovado, apesar de Pizarro ter dado várias entrevistas falando que queria renovar seu vínculo.

O Chile também está cheio de jogadores que atuam em países que estão bem distantes do primeiro escalão. Para não jogar a segunda divisão espanhola com o Osasuna, o volante Francisco Silva foi emprestado na temporada passada ao Brugge, da Bélgica. Já o atacante Angelo Henríquez, sem chances no Manchester United, clube com quem tem contrato, disputou o Campeonato Croata pelo Dínamo Zagreb. O mundo árabe também se faz presente na seleção que é a sensação da Copa América. O meia Valdivia, titular e camisa 10 da equipe anfitriã, decidiu não renovar com o Palmeiras para defender o Al Wahda, dos Emirados Árabes, a partir deste segundo semestre.

Outros dois chilenos continuam no futebol brasileiro: o lateral esquerdo Mena, do Cruzeiro, e o meia Aránguiz, um dos destaques do Internacional. A seleção tem ainda quatro jogadores que atuam no próprio país. O Chile viu todos os seus representantes na Libertadores-2015 serem eliminados ainda na fase de grupos. O goleiro Johnny Herrera, ex-Corinthians, e o zagueiro José Rojas defendem a Universidad de Chile, enquanto o arqueiro Paulo Garcés e o lateral e meia Jean Beausejour jogam no Colo-Colo.