SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornalista Clóvis Rossi, 72, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, foi homenageado nesta quinta-feira (2) no 10º Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) por sua carreira como repórter, editor e articulista, em mais de meio século de profissão.
O jornalista Ricardo Kotscho, colega de Rossi em mais de uma redação, apresentou o homenageado. No discurso, ressaltou a rapidez de Rossi durante o fechamento de reportagens, uma de suas características mais marcantes de acordo com os que trabalharam a seu lado, e disse que ele é um “repórter do mundo”, com quem aprendeu “a essência da profissão”.
Também foi exibido um minidocumentário com depoimentos de outros colegas.
Em sua fala, o colunista da Folha de S.Paulo ressaltou que, como jornalista, o único lado que tomou foi o da democracia, em detrimento da barbárie. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Rossi começou na profissão em 1963, um ano antes do início da ditadura militar, no extinto jornal carioca “Correio da Manhã”. Sua primeira reportagem foi sobre a pintora Djanira, de Paraty, como gosta de recordar.
Atuou ainda em “O Estado de S. Paulo”, como editor-chefe e repórter, e no “Jornal do Brasil”, além de também ter trabalhado na revista “IstoÉ”.
Na Folha desde 1980, Clóvis Rossi realizou reportagens para diversas editorias e coberturas em diversos países, como Chile, Argentina, Portugal, Espanha, Cuba e Uruguai. Esse conjunto de textos resultou no livro “Enviado Especial – 25 Anos ao Redor do Mundo”, lançado em 1999 pela Editora Senac, que cobre o período que vai do golpe no Chile (1973) até a Copa do Mundo na França (1998).
Entre os prêmios que Rossi recebeu em sua carreira estão o Maria Moors Cabot, em 2001, concedido pela Universidade Columbia (EUA) -a mais prestigiada escola de jornalismo do mundo, responsável por conceder também o Prêmio Pulitzer- e o García Márquez, em 2004, laureado pela FNPI (Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano).
O colunista da Folha também é detentor da Ordem do Rio Branco, honraria concedida pelo Itamaraty a brasileiros que prestaram serviços relevantes ao Brasil. No ano passado, foi condecorado cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito pelo presidente da França, François Hollande.