Os bancos brasileiros Itaú Unibanco, Bradesco e o Santander Brasil planejam apresentar na segunda-feira ofertas formais para a compra da filial brasileira do britânico HSBC, disseram à Agência Efe duas fontes ligadas às negociações. O Paraná deve ser o Estado mais afetado pela transação, já que a sede do banco fica em Curitiba.

De acordo com uma das fontes, o HSBC certamente assinará um acordo pouco depois para manter conversas exclusivas com o banco que apresentar a melhor oferta. O HSBC não quis se pronunciar a respeito, nem as assessorias de comunicação das três entidades interessadas.

Segundo outra fonte, um acordo final de venda pode ser anunciado já em julho ou agosto.

O Bradesco parece ser o mais bem posicionado para adquirir a filial brasileira do HSBC, como apontou a equipe de analistas do setor bancário do Credit Suisse. “Consideramos o Bradesco o candidato mais forte, dada a combinação de sua forte base de capital, menores duplicatas em comparação com seus concorrentes e uma estratégia centrada no Brasil”, disse em uma nota de imprensa.

Preocupação com vagas —  O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, recebeu uma comitiva de políticos paranaenses na quarta-feira (1) para tratar da venda do banco HSBC. 

A comitiva formada pela vice-prefeita de Curitiba e Secretária Municipal do Trabalho e Emprego, Mirian Gonçalves (PT), a senadora Gleisi Hoffmann (PT), o deputado federal João Arruda (PMDB) e dirigentes sindicais dos bancários revelou que governo federal terá que desembolsar R$ 38,8 milhões relacionados ao pagamento de quatro parcelas de seguro-desemprego aos sete mil bancários do Paraná, caso sejam confirmadas as demissões dos trabalhadores do banco HSBC em Curitiba e no país. Considerando que no Brasil são 22 mil trabalhadores do HSBC, os valores para o pagamento das quatro parcelas chegam a R$ 122 milhões.

Além da ameaça de demissão de sete mil trabalhadores diretos do banco HSBC em Curitiba, a vice-prefeita elencou a possível perda de mais de R$ 80 milhões na arrecadação do município, as demissões em efeito dominó, conforme estimativa de que um posto direito de trabalho implica três indiretos, como, por exemplo, no comércio e serviços, estabelecidos no entorno dos cinco centros administrativos.

Mirian apresentou a carta de Curitiba, listando os principais impactos socioeconômicos decorrentes da venda do banco HSBC, cuja sede administrativa está situada na capital paranaense. Ela pediu ao BC uma regulação da venda no sentido de minimizar tais impactos negativos para os trabalhadores e para o município.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os interesses do BC estão alinhados com os da Prefeitura de Curitiba, da bancada paranaense no Congresso Nacional e do sindicato no que se refere à busca de uma solução que reduza ao mínimo os prejuízos. Ele ressaltou que o BC está atento ao processo de venda do HSBC nas competências que lhe dizem respeito como risco sistêmico, aspectos concorrenciais, estrutura para viabilidade de negócio e inclusão financeira da população.