CINTIA THOMAZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio às incertezas do setor petrolífero, estaleiro Eisa Petro-Um anunciou nesta quinta-feira (2) o encerramento momentâneo de suas atividades. Cerca de 2.000 funcionários já não trabalharam nesta sexta-feira (3).
Por isso, cerca de mil pessoas fizeram um protesto nesta sexta (3) em frente ao prédio da Transpetro, no centro do Rio de Janeiro, contra o encerramento das atividades do Eisa -antigo estaleiro Mauá.
Segundo comunicado da empresa, a crise financeira é o motivo do fechamento temporário do estaleiro. “[A crise] Está motivada tanto no desequilíbrio econômico dos atuais contratos com a Transpetro, como na indefinição na liberação dos contratos para construção de mais oito navios”, disse trecho da circular.
O comunicado pediu para os trabalhadores permanecerem em suas casas até que a empresa defina “a continuidade ou não das atividades industriais”.
Em maio, o Eisa já havia demitido cerca de mil trabalhadores. Segundo dados do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval Offshore), a crise no setor naval cortou mais de 14 mil vagas desde o início do ano em todo o país.
Um dos trabalhadores demitidos em maio, que pediu para não ser identificado, disse que ainda não recebeu sua indenização correspondente aos dias trabalhados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Edson Rocha, no momento da manifestação, o Eisa decidiu pagar um salário para cada trabalhador demitido.
Afetada pelos escândalos de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato, a Petrobras enfrenta ainda o desaquecimento da economia. Nesta semana, a empresa anunciou seu novo plano de negócios, com cortes de US$ 76,3 bilhões nos investimentos e previsão de venda de US$ 57,7 bilhões em ativos nos próximos cinco anos.
Um dos mais tradicionais estaleiros do país, o Eisa foi o responsável pela construção de mais de 70 navios.