SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pouco mais de uma semana depois da eliminação da seleção da Copa América, Dunga se reuniu nesta segunda (6) com ex-treinadores do time nacional para tentar “manter a hegemonia do futebol brasileiro”. O encontro convocado pela CBF contou com a presença de sete ex-técnicos da seleção, como os vencedores Zagallo (1970) e Carlos Alberto Parreira (1994), e até os interinos Candinho (2000) e Ernesto Paulo (1991). Os dois últimos comandaram o time apenas em uma partida.

“A reunião foi boa para trocar informações. Saber das coisas que eles viveram e até de algumas revoluções”, afirmou Dunga, sem dar detalhes sobre “algumas revoluções” discutidas no encontro. No dia 27, a seleção foi eliminada pelo Paraguai, nas quartas da Copa América. O time fez uma fraca campanha no torneio com apenas duas vitórias, um empate e uma derrota.

A reunião foi a primeira da comissão criada pela CBF após a derrota da seleção no Chile. O grupo ganhou o nome de Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro e pretende discutir melhorias no futebol brasileiro.

Quase todos os “conselheiros” de Dunga nesta segunda estão aposentados. Apenas Falcão, que fechou no final de semana com o Goiás, permanece na elite. Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes, os dois últimos comandante da seleção, não foram ao encontro. Vanderlei Luxemburgo, Leão, Evaristo de Macedo e Edu também não apareceram.

O mais radical dos “conselheiros” foi Carlos Alberto Silva, que comandou a seleção nos anos 80. “Temos que mudar tudo até as entidades de administração. Fazer tudo diferente”, disse Carlos Alberto Silva, fora do futebol desde 2006. O seu último trabalho foi como coordenador de futebol do Atlético-MG.

Os outros pouparam os dirigentes da CBF e o trabalho da atual comissão técnica. “Nada é segredo. Não podemos discutir o futebol pelo ápice, pela seleção. Temos que pensar mudanças profundas. Foi um início de conversa proveitoso”, afirmou Parreira, que auxiliou Felipão na fracassada disputa da Copa do Mundo do ano passado.

Depois de mais de quatro horas de reunião, o coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, disse que aprovou a iniciativa, mas não anunciou nenhum resultado prático. “Era isso que precisávamos. Ouvir um pouco e ter a humildade para aprender. Vou fazer agora um relatório para nortear o nosso trabalho. Essas reuniões não vão parar aqui”, disse Rinaldi, que negou que o encontro foi agendado por causa do fracasso da seleção na Copa América. O ex-goleiro da seleção disse que as próximas reuniões do conselho contarão como a participação de técnicos estrangeiros e jogadores. Ele ainda não definiu as datas para os encontros.